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Channel: slasher – 101 Horror Movies
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636 – Jason Vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993)

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Jason Goes to Hell: The Final Friday

1993 / EUA / 87 min / Direção: Adam Marcus / Roteiro: Dean Lorey, Jay Huguey / Produção: Sean S. Cunningham / Elenco: John D. LeMay, Kari Keegan, Kane Hodder, Steven Williams, Steven Culp, Erin Gray

 

Eu deveria, em forma de protesto, nem escrever nada sobre a afronta que é Jason Vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira. Mas preciso aproveitar esse espaço para conseguir achincalhar o filme de todas as formas que eu puder.

Que ele é o pior da franquia, não há discussão. Você pode vociferar quanto a ausência de Jason em Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo, a garota telecinética de Sexta-Feira 13 Parte 7 – A Matança Continua ou todos os absurdos e pataquadas do serial killer em Manhattan em Sexta-Feira 13 Parte 8 – Jason Ataca Nova York. Mas nada, absolutamente nada se compara a essa vergonhosa porcaria homérica.

Sabe na boa, o que os roteiristas (Dean Lorey e Jay Huguey, com ajudinha do diretor Adam Marcus na concepção da história), o produtor Sean S. Cunningham, que criara a série lá em Sexta-Feira 13 no ano de 1980 e os engravatados da New Line, uma vez que a Paramount vendera os direitos depois do recorrente fracasso de bilheteria de uma sequência pífia depois da outra, tinham na cabeça para escrever, produzir e lançar um material tão ruim?

To com o c* pegando fogo!

To com o c* pegando fogo!

Sério, como alguém pode pegar uma franquia slasher oitentista inteira, que tinha lá sua mitologia, e simplesmente jogar no buraco, e reinventar toda uma explicação faceira sobrenatural esdrúxula, onde o Jason de verdade é um PARASITA (???!!!) que sai da boca das pessoas e pode ser transferido de corpo, e de repente, surgem uma IRMÃ (???!!!) e SOBRINHA (???!!!), fazendo com que o vilão só pudesse de fato ser morto e renascer (???!!!) por um Voorhees? Ah, não dá né?

Primeiro que já começa ignorando DE ACORDO o final da oitava parte. Pera aí, o Jason num tinha sido derretido por lixo tóxico nos esgotos da Big Apple? Então como diabos ele aparece inteirão, com uma cabeçorra cheia de brotoejas nos cocuruto (interpretado mais uma vez por Kane Hodder), perseguindo uma garota com seu facão lá no matagal aos redores de Crystal Lake? Que na verdade é uma AGENTE DO FBI (???!!!) gostosona que foge do assassino dando piruetas, até ele cair em uma armadilha e ser fuzilado pela SWAT e depois explodido em diversas partes, mas, com um detalhe importantíssimo para a trama: seu coração mantém-se inteiro.

O médico legista ao praticar a autópsia em seus restos mortais acaba sendo, hã, seduzido (???!!!) pelo coração ainda palpitante de Jason e NHAC!, dá uma mordida, transferindo então essa força sobrenatural do assassino para ele, que sairá em uma busca insana pelos seus familiares que ainda vivem lá em Crystal Lake. Jessica Kimble (Karl Keegan) é filha de Diana (Erin Gray), atualmente garçonete AND irmã de Jason. Ela acaba sendo morta, e sobra então apenas Erin, agora casada com um apresentador de programa televisivo sobre assassinatos e investigação criminal, Steven Freeman (John D. LeMay) e seu bebê como possíveis receptáculos para a volta à vida do maníaco, ou capazes de destruí-lo.

Ops. Acho que errei de filme...

Ops. Acho que errei de filme…

Só que o único que tem o conhecimento de como finalmente mandar Jason dessa para uma melhor, e a arma certa para fazer isso, que seria uma espécie de adaga especial, é o arrogante caçador de recompensas Creighton Duke (vivido por Steven Williams, de Anjos da Lei, a série, e um dos informantes de Fox Mulder em Arquivo X, que está de volta! \o/). Então ele se junta ao ex-namorado e paixão platônica de Jessica, Robert Campbell (Steven Culp) que de um boçal loser vira um propenso Ash no decorrer da trama e dá andamento na patifaria toda.

Um único, ínfimo quesito que minimamente preste em Jason Vai Para o Inferno são os efeitos especiais e de maquiagem, assinados pela sempre fodástica K.N.B. Effects Group, do trio Kurtzman, Nicotero e Berger. Algumas mortes são realmente duca, como o sujeito derretendo no chão ou quando o Jason ataca um casal transando (ah, vá!) em uma barraca de camping e separa o cara no meio com seu facão. Mas olha, nem todas as mortes, gore ou peitinhos e bundinhas aparecendo (e também nu masculino, só para variar do sexismo gritante dos filmes slasher) poderia salvar essa tranqueira.

E nem mesmo a famigerada mãozinha do Freddy Krueger (uma vez que agora os dois movie maniacs eram propriedade da New Line) saindo debaixo da terra para arrastar a máscara de hóquei vale a pena no final de Jason Vai Para o Inferno – A Última Sexta-Feira. Na época, claro, causou um baita estardalhaço, um alvoroço, um burburinho, um frenesi, deixou os fãs em polvorosa, mas agora como já sabemos a bomba que foi Freddy vs Jason, então posso constatar que tudo foi em vão.

Jason com trombose

Jason com trombose

Serviço de utilidade pública:

O DVD de Jason Vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira está atualmente fora de catálogo.

Download: Torrent `+ legenda aqui.



650 – O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno (1994)

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The Return of the Texas Chainsaw Massacre / Texas Chainsaw Massacre: The Next Generation 

1994 / EUA / 95 min / Direção: Kim Henkel / Roteiro: Kim Henkel / Produção: Kim Henkel; Charles Kuhn (Produtor Associado); Robert Kuhn (Produtor Executivo) / Elenco: Renée Zellweger, Matthew McConaughey, Robert Jacks, Tonie Perensky, Joe Stevens, Lisa Marie Newmyer

 

E lá vamos nós para uma quarta parte da saga de Leatherface e sua turma em O Massacre da Serra Elétrica – o Retorno. E claro que resumindo tudo o que eu vou escrever daqui para frente, é uma porcaria e não chega mais uma vez próximo do dedinho do pé do clássico seminal de Tobe Hooper. Mas ainda assim, continua-se dando murro em ponta de faca a lançando essas sequências, tsc, tsc.

Talvez o grande ponto positivo deste aqui é o fato de que Kim Henkel voltou à franquia. O roteirista e produtor do original, lançado há vinte anos nesta altura do campeonato, resolveu dirigir esse daqui também, pretendendo que esse fosse a verdadeira sequência do original, sendo persuadido pelo produtor Robert Kuhn, ao comprarem de volta os direitos do Massacre original, principalmente depois da patifaria (e fracasso) de O Massacre da Serra Elétrica 3 produzida pela New Line Cinema.

A equação aqui era simples: Henkel e envolvidos tomaram um prejuízo astronômico com O Massacre da Serra Elétrica, deixaram de faturar um caminhão de dinheiro que teriam direito, e agora era o momento de acertar as contas e pelo menos embolsar algumas verdinhas. Feito como um filme independente para depois ser vendido para um grande estúdio distribuir (prática comum no meio), assim como os demais filmes da série, O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno passou por uma série de revezes até conseguir ver a luz do dia (ou de um projetor).

Seria trágico se não fosse cômico o principal motivo dessa sequência azarada para os realizadores, ter sido o fato do longa ser estrelado por dois jovens atores à beira da explosão: Renée Zellweger e Matthew McConaughey. O que deveria ajuda-los, acabou se tornando um tiro pela culatra. Com o fim da produção em 1994, Henkel e Kuhn tentaram vender os direitos de distribuição do longa. Essa tarefa foi um árduo processo, recheado de desinteressados (começando pela New Line, que teria prioridade na distribuição mas não demostrara interesse), até após uma exibição teste em 1995, ser comprado pela Columbia TriStar.

Perseguidor implacável

Perseguidor implacável

Só que o ano passou, veio 1996 e nada do longa ser lançado nos cinemas. Aí é que está: se você ligar os atores as datas, lembrará que neste ano específico, Zellweger estava fazendo um baita sucesso em Jerry Maguire: A Grande Virada e McConaughey tinha deslanchado em Tempo de Matar. Ou seja, o que deveria ser propaganda positiva para o filme, virou um imbróglio jurídico quando a TriStar supostamente engaveta-lo e não lançava o longa para não “queimar o filme” das estrelas em ascensão com essa continuação de terror de baixo orçamento.

Resultado: Henkel e Kuhn processaram a Columbia TriStar, foram processados pelo detentor dos direitos do Massacre por terem quebrado o acordo de distribuição com ele e não levado nenhuma grana, o filme foi lançado em 23 cinemas apenas em agosto de 1997, com outro título (Texas Chainsaw Masscre – The Next Generation), quase dez minutos de corte (incluindo uma cena chave no começo onde a personagem de Zellweger era molestada pelo padrasto) e rendeu pífios 141 mil dólares de bilheteria.

Mas sabe o que é o pior? Zellwegger e McConaughey estão ótimos no filme! A moça eu juro que nunca vi alcançar nada parecido em sua carreira (já que virou queridinha de comédias românticas, encarnou Bridget Jones nos cinemas e afins) e o rapaz, só agora, depois de tantos e tantos anos de péssimas escolhas em papeis, conseguiu atuações viscerais na mesma medida, depois da série da HBO, True Detective e Clube de Compras Dallas (que lhe valeu o Oscar® de melhor ator).

Psicão!

Psicão!

A estrutura de O Retorno é basicamente uma refilmagem ou releitura do original (dada suas devidas proporções), com cenas chaves do primeiro filme sendo reimaginadas por Henkel, mas de um jeito levemente fora do convencional. Temos aqui um grupo de jovens que sofrem um acidente de carro ao saírem do baile de formatura, e ao procurar ajuda em uma floresta, se deparam com um bando de psicopatas assassinos degenerados. Um dos sujeitos toma uma martelada de Leatherface, a outra é pendurada em um gancho no teto, há a cena da histeria limítrofe no jantar e depois a sobrevivente correndo pela estrada, perseguida pelo maníaco rodando a serra elétrica e gritando.

As grandes diferenças são os personagens, que representam uma amálgama dos membros originais da família serra elétrica. Vilmer, o papel de McConaughey, por exemplo, possui uma perna mecânica com um dispositivo pneumático (como Leatherface em O Massacre da Serra Elétrica 2) e gosta de se cortar com uma navalha como o caronista vivido por Edwin Neal no filme de Hooper. Leahterface desta vez é um travesti, usando máscaras de rosto de mulheres e perucas (assim como a verdadeira natureza de Ed Gein, serial killer da vida real que inspirou o personagem). As adições são a personagem Darla (Tonie Perensky), membro feminino, desequilibrada e com um apetite sexual predatório e um tal de Sr. Rothman (James Gale) que aparece no final, como um fetichista que parece ser um elo de ligação (dos mais mal explicados do mundo) entre a existência daquela família e conspirações de assassinatos e a própria perversão da humanidade.

Mas com todos os problemas, percalços e falhas em O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno, o principal defeito é a falta de violência explícita, que caracterizou a franquia. Toda a explosão do horror psicológico e o desgaste mental provocado em suas vítimas por um bando de psicopatas está lá, assim como nos anteriores, porém ficou faltando aquela porrada no estômago que você espera quando assiste um filme com o Leatherface (absurdamente subaproveitado em detrimento do show particular de McConaughey). O resultado é mais um filme insosso e desnecessário que nasceu como continuação de um dos mais importantes e aclamados do gênero.

Quero competir no Ru Paul Drag Race, mona!

Quero competir no Ru Paul Drag Race, mona!

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O DVD de O Massacre da Serra Elétrica – O Retorno não foi lançado no Brasil.

Download: Torrent + legenda aqui.

 

 


651 – O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (1994)

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Wes Craven’s New Nightmare

1994 / EUA / 112 min / Direção: Wes Craven / Roteiro: Wes Craven / Produção: Marianne Maddalena; Jay Roewe (Coprodução); Jeffrey Fenner (Produtor Associado); Sara Risher (Coprodução Executiva); Wes Craven, Robert Shaye (Produtores Executivos) / Elenco: Robert Englund, Heather Langenkamp, Miko Hughes, David Newsom, John Saxon

 

Freddy Krueger já tinha virado motivo de xacota e descrédito depois de uma porrada de sequências ruins que resultaram em queda de bilheteria com relação aos seus tempos áureos nos anos 80, virando um vilão caricato e forçado. Wes Craven, outrora promissor diretor que havia entregado obras viscerais estava enfrentando já seu período de decadência, dirigindo alguns filmes qualquer nota. A junção dos dois, criador e criatura novamente, era o caminho natural.

O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger traz a volta de Craven na direção e roteiro do último filme da franquia que ele ajudara a criar em A Hora do Pesadelo, há exatos dez anos, e principalmente, traz o vilão com suas garras, eternizado por Robert Englund, à sua natureza sádica e perversa, ameaçador, sem piadinhas de duplo sentido, sem humor negro infame, sem sua “didimocozação” como os próprios fãs do horror já comentaram aqui.

Depois do original, O Novo Pesadelo é considerado por muitos o melhor filme da cinesérie. Eu concordo, mas com boas ressalvas, muito mais em sua execução final do que em sua trama metalinguística completamente inovadora e original. Craven aqui brinca de forma salutar com o universo do cinema dentro do cinema (talvez tenha sido até um ensaio para o que faria em Pânico dois anos mais tarde, e suas sequências) e essa foi a grande sacada, simplesmente ao invés de ignorar as outras cinco partes lançadas depois de seu original, ou limitar-se apenas a mais uma sequência.

Novo visu!

Novo visu!

Freddy está morto nos cinemas e aqui acompanhamos a vida real dos atores, diretor e produtores envolvidos no sucesso da franquia no decorrer dos anos. Heather Langenkamp, a intérprete de Nancy Thompson aqui vive… Heather Langenkamp, atriz, mãe, casada com um profissional dos efeitos especiais, que vive agora trabalhando na TV e deixou o cinema de terror de lado, principalmente para que não se tornasse uma péssima influência para seu filho pequeno, Dylan (Miko Hughes). Ela é constantemente assediada por algum stalker que fica ligando para sua residência e imitando Freddy Krueger (e isso aconteceu na vida real também!)

Porém Wes Craven está escrevendo um novo roteiro para a volta de Krueger, e Robert Shaye, produtor executivo e mandachuva da New Line Cinema, quer Heather de volta nessa sequência. É simplesmente fantástico! Só que no meio há uma explicação mística e sobrenatural não muito satisfatória:L Freddy é uma entidade que vive ao redor dos tempos alimentando-se dos pesadelos, e ganhou vida nessa forma pela manifestação artística do diretor. Após ter sido morto pelo estúdio, ele precisa retornar a esse plano físico, e usará Dylan como esse portal de entrada, através de seus sonhos. Como Heather deu origem a Nancy e foi a primeira que o derrotou e o humilhou, ela é a única que poderá impedir que essa terrível criação metafísica se materialize.

Pois é, uma confusão dos diabos e se você parara para analisar friamente, é uma forçada de barra absurda, e o filme tem lá seus elementos bem toscos, como os ataques epiléticos do garoto e a questão dos terremotos. Mas e daí? O que importa é vermos Freddy em sua velha forma, como Craven havia imaginado no começo de tudo, sem nenhum pingo de alívio cômico, com Englund aqui fazendo um dos seus melhores papeis como a criatura queimada com seu pulôver vermelho e verde (mas com um visual completamente repaginado, incluindo suas garras biomêcanicas – que se você reparar, fora inspirada naquela do pôster original de A Hora do Pesadelo).

Que boca grande você tem, Freddy...

Que boca grande você tem, Freddy…

Só que além de se deliciar com um Freddy Krueger autêntico novamente, as participações especiais e as brincadeiras metalinguísticas dão um tom absurdamente positivo para os fãs da franquia. Além de Heather Langenkamp, Craven, Bob Shaye, Englund, Robert Saxon (que interpreta o pai de Nancy no primeiro e terceiro) e a produtora Marianne Maddalena estarem no longa como eles mesmo, a cena do funeral do marido de Heather, Chase Porter (David Newsom) conta com uma porrada de participações especiais de atores que estiveram nos longas, como Amanda Wyss, que viveu Tina e Jsu Garcia, que interpretou Rod, ambos no original e Tuesday Knight, que fez o papel de Kristen em A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos. Só faltou o Johnny Depp! Ou mesmo reedições de cenas como Heather falando um “dane-se seu passe” para uma enfermeira (em alusão a cena do corredor da escola) e a morte da babá Julie (Tracy Middendorf), que reedita o assassinato da primeira vítima de Krueger.

Originalmente, a ideia de Freddy tentar invadir o plano real e ameaçar os atores era a ideia de Craven lá atrás, na terceira parte, que acabou sendo rejeitada pela New Line e dando origem ao A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos, seu último envolvimento na cinesérie até então. E que justamente foi o primeiro a trazer a tona a nova personalidade de Krueger com suas mortes mirabolantes cheias de peripécias de humor. Apesar de alguns desses elementos oníricos exagerados ainda serem encontrados em O Novo Pesadelo, como a desnecessária sequência final da língua, durante a batalha no forno entre Dylan, Heather e Freddy, em uma alusão alegórica a João e Maria.

Não podemos chamar O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger de uma sequência, mas sim de uma criação autoral completamente independente das demais, inovadora na forma de se fazer cinema de terror, trazido à vida por um Wes Craven borbulhando criatividade. E enfim, neste sétimo filme, esse Freddy finalmente descansa em paz, fechando a franquia de sucesso com chave de ouro, para voltar só no novo século em sua batalha infame contra Jason e na refilmagem.

Adivinha quem é?

Adivinha quem é?

Serviço de utilidade pública:

O DVD e o Blu-Ray de O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger estão atualmente fora de catálogo.

Download: Torrent + legenda aqui.


660 – Halloween 6 – A Última Vingança (1995)

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Halloween: The Curse of Michael Myers

1995 / EUA / 87 min / Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Daniel Farrands / Produção: Paul Freeman; Malek Akkad (Produtor Associado); Moustapha Akkad (Produtor Executivo) / Elenco: Donald Pleasence, Paul Rudd, Marianne Hagan, Mitchell Ryan, Kim Darby, Bradford English, Keith Bogart, Mariah O’Brien

 

Halloween 6 – A Última Vingança ou como enterrar de vez de forma deprimente e vexatória uma das mais importantes séries slashers do cinema de terror. Pobre Michael Myers… Em que caminho você foi levado desde que John Carpenter o criara em 1978 e depois fora deixado ao mundo nas mãos do inescrupuloso produtor Moustapha Akkad?

Lembra do final do já pavoroso (no sentido pejorativo da palavra) Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers? Quando a jovem Jamie Lloyd e nosso querido assassino mascarado são resgatados de uma delegacia de política, após uma verdadeiro massacre, por um sujeito esquisito de capote preto e chapéu? Pois bem, aqui vamos testemunhar o desenrolar desse história xula.

Começa com um salto temporal seis anos no futuro, e, claro, em uma véspera de Halloween, vemos Jamie já uma moça (interpretada por J.C. Brandy), grávida, tendo um bebê em uma espécie de hospital secreto, parte de um ritual misterioso praticado por uma seita de pessoas vestidas de longas túnicas pretas e capuz. Auxiliada por uma enfermeira, Jamie consegue escapar com a criança e volta para Haddonfield, sendo perseguida por Michael Myers, que insiste naquela sua tara, até aqui inexplicável, em matar todo mundo de sua família.

Os tios de Laurie Strode (a personagem de Jamie Lee Curtis lá no Halloween – A Noite do Terror original) moram na antiga casa dos Myers com a mocinha da vez, Kara Strode (Marianne Hagan) que tem um filho, Tim (Keith Bogart, que parece mais o Joffrey Baratheon com algum atraso mental) que são vigiados pelo vizinho da frente, os qual descobriremos mais tarde ser Tommy Doyle, o garoto que Laurie estava sendo babá na fatídica noite de Dia das Bruxas quando Myers tocou o terror pela primeira vez, vivido pelo futuro Homem Formiga, Paul Rudd, em seu debute nas telonas (Halloween 6 estreou antes de As Patricinhas de Beverly Hills).

Modus Operandi

Modus Operandi

Doyle descobre que Jamie foi para Haddonfield, encontra seu bebê escondido após ser assassinada e vai pedir ajuda a maior autoridade no assunto: o Dr. Sam Loomis, no último papel de um já velhinho e debilitado Donald Pleasence. Bom, tudo isso acontece para que o espectador de uma vez por todas decifre todo o mistério por trás de Myers e sua obsessão familiar, que se dá por meio de uma ridícula explicação envolvendo uma seita secreta celta que lançou no pequeno Michael a maldição de Thorn, um antigo druida que na noite de Samhaim (Halloween) deveria sacrificar sua família para que toda a tribo prosperasse. É mole?

O pior não é nem isso, é que como se não bastasse, toda a equipe do Sanatório de Smith’s Grove, aquele que Michael foi internado logo após matar a irmã, liderada pelo Dr. Wynn (Mitchel Ryan) fazem parte dessa seita e também são hábeis geneticistas, que pretendem fazer fertilizações in-vitro usando o DNA do maníaco e assim continuar a maldição!!!! Caso sirva de consolo, pelo menos isso explica a facilidade do psicopata em fugir do local no primeiro filme (e com que talvez ele tenha aprendido a dirigir). E calma, tem mais. O tal do filho da Kara Strode, é um dos resultados dessa manipulação genética e também passa a “ouvir a mesma voz que Michael ouvia para matar sua família”. AFE!

Aliás, é sabido que Halloween 6 – A Última Vingança teve diversos problemas de produção, brigas entre diretor, roteirista, produtores e elenco. O que com certeza deve ter afetado o resultado e decretado esse Frankenstein que a fita se tornou. Tanto que há duas versões disponíveis: aquela lançada nos cinemas e o “Producer’s Cut” (sério, nunca vi isso na minha vida, somente o “Director’s Cut”, já que os produtores são sempre os vilões e retalham as versões autorais dos diretores para o lançamento no mercado exibidor comercial, e desta vez, parece que foi o contrário), que só em 2014 foi distribuída em DVD pela Shout! Factory.

Eu quero que você seja o Homem-Formiga! Oh, wait.

Eu quero que você seja o Homem-Formiga! Oh, wait.

As famosas diferenças criativas entre os produtores e o diretor Joe Chapelle foram gritantes. Eu lembro há muuuuuito tempo, isso há mais de dez anos, havia um site bem legal sobre a série Halloween (que não me lembro mais o nome, endereço e tampouco o autor), onde eu li uma entrevista exclusiva deles com o roteirista Daniel Farrands, metendo a boca no trabalho de Chapelle, dizendo o quanto nada do roteiro dele foi aproveitado (chegou a ser reescrito ONZE VEZES!), como o enfoque era muito mais psicológico e dava uma explicação bem mais “convincente” sobre toda a questão das runas, druidas, Thorn e tudo mais.

Além disso, tivemos a grande perda de Donald Pleasence durante as filmagens, o gerou mudanças de última hora no roteiro, como o enxerto daquele final completamente estúpido e sem sentido nenhum, onde originalmente, Michael escaparia andando mais uma vez, com seu trabalho finalizado de uma vez por todas, e Loomis descobriria uma tatuagem de Thorn em seu braço, indicando que a maldição passara a ele (não que isso seja um final melhor ao meu ver…). A versão do diretor começa também com um flashback da fuga de Myers e Jamie proporcionada por um grupo de homens encapuzados, e não diretamente com Jamie já adulta em trabalho de parto.

Fato é que essa versão do produtor foi mal nas fatídicas audições testes, a morte de Pleasence e as brigas entre diretor e os Akkad originou uma série de refilmagens, edições, remendos, que são perceptíveis ao vermos o resultado final e gerou descontentamento e raiva em diversos membros do elenco e equipe, que execram a produção. E do público e fãs, diga-se de passagem, apesar de Myers estar em excelente forma carniceira com suas mortes violentas (a do tio da Laurie Strode que é empalado, eletrocutado e tem a cabeça explodida é uma das melhores da cinesérie).

Resultado de toda essa bagunça está aí em Halloween 6 – A Última Vingança, que é nada menos que um final melancólico, confuso e odioso para um vilão que tanto amamos. Mas fãs dos slasher movies já estão acostumados, uma vez que o mesmo acontecera quando resolveram tirar de cena o Jason e o Freddy, outros ícones do subgênero. Triste, mas verdadeiro.

Ah, Michael... Sempre tão expressivo!

Ah, Michael… Sempre tão expressivo!

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O DVD de Halloween 6 – A Última Vingança está atualmente fora de catálogo.

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671 – Pânico (1996)

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Scream

1996 / EUA / 111 min / Direção: Wes Craven / Roteiro: Kevin Williamson / Produção: Cathy Konrad e Cary Woods , Dixie J. Capp (Co-produtora), Nicholas Mastandrea (Produtor Associado), Stuart M. Besser (Co-produtor Executivo), Marianne Maddalena, Bob Weinstein e Harvey Weinstein (Produtores Executivos) / Elenco: Neve Campbell, Courtney Cox, David Arquette, Skeet Ulrich, Rose McGowan

Wes Craven, graças ao sucesso de Pânico, foi o responsável por ressuscitar o cinema de terror e salvá-lo da decadência total e da possibilidade de seu desaparecimento durante a década de 90. Acha exagero? Não é. Para exemplificar melhor o que estou dizendo, vou contextualizar um pouco mais as coisas:

Os anos 70 foram sem dúvida os mais prolíficos para o cinema de terror. Naquela época, o sonho americano tinha ido literalmente para o buraco, o pessimismo havia tomado conta dos jovens, as cicatrizes do Vietnã eram imensas e o cinema foi a maior reflexão disso tudo. Um universo autoral, o chamado “cinema de diretor” surgiu naquela década e o gênero de terror, e  transgressor no geral foi um grande catalisador para essa “geração perdida”. Tanto que a década de 70 nos brindou com filmes como O Exorcista, O Massacre da Serra Elétrica, o próprio Aniversário Macabro de Craven, entre outros.

Então os anos 80 chegaram com tudo, como seu hedonismo exacerbado, o crescimento de novas tecnologias, o surgimento da geração yuppie e o famoso exagero presente nas mais diversas formas culturais, desde a música, passando pela moda e claro, pelo cinema. Os adolescentes finalmente haviam se rendido ao poder dos multiplex e dos blockbusters naqueles anos e eram os responsáveis por encher os bolsos dos estúdios, como acontece até hoje. E o cinema de terror aproveitou essa carona, dando origem a verdadeiros ícones, como Jason, Freddy, Chucky e por aí vai. O terror parou de ser levado a sério por um bom tempo em diversas produções que se misturavam com comédia e a “bolha” das sequências havia sido criada.

A coisa começa a degringolar por aí, pois todos esses exemplos acima, e colocando também o setentista Michael Myers nesse balaio de gato, começaram a ser vítimas da inescrupulosa máquina caça-níqueis de Hollywood e gerar infinitas continuações, uma pior que a outra. Não bastasse isso, na mesma época surgiu um aparelho mágico chamado videocassete e voilá, ele revolucionou a indústria do cinema. Ávidas por conseguir um lugar ao sol e adentrar no mercado, dezenas de produtoras começaram a produzir caralhadas de filmes para serem lançados direto para os febris frequentadores das videolocadoras. E qual o gênero mais fácil de produzir com o menor orçamento possível? Bingo! Os filmes de terror (e os pornôs, claro, mas esses não precisavam de uma história decente, pelo menos).

Nós vamos estar te matando…

Então o que se viu nos anos 90 foi um gênero tão saturado, com tanto lixo sendo feito direto para o vídeo, produções de baixíssima categoria, a ressaca de tantas e tantas continuações querendo tirar os centavos dos bolsos dos pobres espectadores, fiascos de bilheterias e o surgimento de uma geração vazia e inerte sem ter o que temer (como o medo da bomba atômica, os traumas do Vietnã, a escalada da violência, o pavor dos russos incitado pela era Reagan),  que fez com que os grandes estúdios e produtores resolvessem ignorar completamente o gênero (salvo pretensas superproduções, como Drácula de Bram Stoker, Frankenstein de Mary Shelley, Entrevista com Vampiro, etc) e deixassem de investir no que era sinônimo de fracasso de público, critica e de mau gosto. Todo o resultado dessas equações também afastavam os fãs. Quer uma pequena prova do que estou falando? Dê uma olhada na lista dos anos 90 publicada nesse blog até aqui, por exemplo. Olhe como são poucos os títulos realmente bons, se comparados as duas décadas anteriores. E olhe que os 90’s começaram promissores, com filmes como O Silêncio dos Inocentes ganhando até Oscar®, parecendo que iria ditar as regras dos anos vindouros.

Foi aí nesse cenário desolador que o diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson deram um novo gás e novo charme ao gênero slasher, atualizando o conceito de cinema de horror adolescente, prestando a ele uma belíssima homenagem e criando um novo assassino icônico com o lançamento de Pânico. O filme surpreendentemente foi um estouro nas bilheterias (faturou mais de 103 milhões de dólares só nos EUA e até hoje é a maior bilheteria de um slasher movie da história) e provou para estúdios e produtoras que o cinema de terror estava vivo, poderia fazer dinheiro, agradar público e crítica e ter uma história inteligente por trás.

O que fez com que Pânico desse tão certo foi o fato de ter sido dirigido por alguém que realmente sabia o que estava fazendo, e tinha a expertise de se conectar a um público que ia dos mais exigentes até os mais mainstream, mesmo com uma carreira tão instável. Afinal o cara já havia criado Freddy Krueger há pouco mais de dez anos, e o roteirista Kevin Williamson era um verdadeiro devoto de Halloween – A Noite do Terror de John Carpenter, tendo aprendido direitinho tudo que ele quis passar em seu seminal filme. Soma-se isso um estrelado time de jovens atores em ascensão, oriundos de séries adolescentes de televisão e com a cara da geração MTV e a figura do Ghostface, um novo assassino que usa uma máscara inspirada em “O Grito” de Munch, feito sob medida para vender bonecos e fantasias de Dia das Bruxas. Pronto, você tem um novo clássico!

E cá entre nós, a sequência de abertura de Pânico é uma das mais memoráveis da história do cinema, quando o assassino liga para Drew Barrymore e a força a entrar em um quiz sobre filme de terror, onde as respostas corretas valeriam sua vida e de seu namorado. Ela errar quando ele pergunta quem era o assassino de Sexta-Feira 13 ao responder Jason com toda convicção, ao invés de sua mãe na verdade, é brilhante!

O espanto por pertencer a uma geração de atores que não deu certo.

O resto do filme não traz nada de novo, mas é de um frescor incrível, quando Ghostface começa a matar os jovens da cidade de Woodsboro, espalhando o medo e o terror. Toda a trama se passa em torno de Sidney Prescott (interpretada por Neve Campbell) a heroína virginal atormentada pela morte de sua mãe infiel no passado. Gravitam ao seu redor os mesmo estereótipos dos slasher movies de sempre: seu namorado que tenta de toda forma levá-la para cama (Skeet Ulrich, ótimo); a repórter de TV gananciosa que quer o furo de sua vida (Courtney Cox, a eterna Monica de Friends); e o policial atrapalhado (David Arquette), entre outros. Mas dentre os personagens extremamente bem escritos por Williamson, o melhor de todos sem dúvida é Randy, intepretado por Jamie Kennedy, o bitolado por filmes de terror, que trabalha na locadora da cidade e é quem conhece as regras básicas para manter-se vivo (aquelas ditadas por Halloween de Carpenter lá no longínquo ano de 1979: não fume maconha, não faça sexo e nunca diga “eu já volto”) e que desenvolve as mais complexas teorias para tentar descobrir a identidade do assassino.

Outra sacada brilhante de Craven e Williamson é brincar com a metalinguagem do filme (algo que o diretor já havia experimentado em O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger) ao situar os personagens em um universo em que todos aqueles filmes de terror que nós assistimos existem de verdade. Na cena da festa, por exemplo, Randy leva para todos os amigos assistirem Halloween e A Morte Convida Para Dançar, ambos com a scream queen Jamie Lee Curtis. A homenagem definitiva à rainha dos slashers. E o final é digno de tirar o chapéu, quando é revelada a(s) identidade(s) do(s) assassino(s) e sua(s) motivação(ões).

Mas claro que como tudo que é bom, dura pouco, ainda mais se tratando de filmes de terror, uma enxurrada de slasher movies 2.0, se assim podemos dizer (sem nudez e violência em off, completamente diferente do irmão oitentista mais velho), invadiram os cinemas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, a maioria grandissíssimas porcarias, sem conseguir manter o nível que Pânico tinha acabado de elevar, como Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Lenda Urbana, O Dia do Terror, e por aí vai. E o próprio Craven escorregou em sua própria armadilha, lançando mais duas continuações nos anos seguintes, que são muito, mas muito ruins, e mesmo mantendo a brincadeira com essa questão metalinguística, do massacre do primeiro filme virar um filme dentro do filme chamado “Facada” (confuso?) e sempre se aprofundar nas regras cinematográficas básicas de uma sequência ou de uma trilogia, a brincadeira realmente perdeu a graça.

Em 2011 fora lançada a quarta parte, trazendo os atores originais de volta, que é bem melhor que as outras duas sequências, pois Craven põe dessa vez em xeque a onda dos remakes que Hollywood vem produzindo sem escrúpulos (ele mesmo é uma vítima recorrente, afinal três de seus filmes ganharam refilmagens recentes: A Hora do Pesadelo, Quadrilha de Sádicos e Aniversário Macabro) e até dá uma cutucada quando diz que é impossível ser melhor que o original. Aliás, Pânico vem aí como uma série da MTV agora. É o gênero nunca aprendendo com seus próprios erros…

O grito

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678 – Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997)

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I Know What You Did Last Summer

1997 / EUA / 100 min / Direção: Jim Gillespie / Roteiro: Kevin Williamson (baseado no livro de Lois Duncan) / Produção: Stokely Chaffin, Erik Feig, Neal H. Moritz; William S. Beasley (Produtor Executivo) / Elenco: Jennifer Love Hewitt, Sarah Michelle Gellar, Ryan Phillippe, Freddie Prinze Jr., Bridgette Wilson-Sampras, Anne Heche, Johnny Galecki, Muse Watson

 

Pânico foi o responsável por salvar o cinema de terror nos anos 90 e reinventar o gênero slasher para uma nova geração. Do que eu chamo de slasher 2.0, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado foi o primeiro e mais bem sucedido filho. Primeiro de muitos que viriam e encheriam o saco tanto quanto aconteceu nos anos 80, só que desse vez, sem nudez e sem sangue. Oh, puxa!

E olhem só, Kevin Williamson, o mesmo roteirista do filme de Wes Craven, foi quem escreveu Eu Sei… (ah é um título muito longo para ficar escrevendo aqui toda hora). Na verdade, ele escreveu esse roteiro antes, baseado no livro de Lois Duncan, só que não conseguiu vendê-lo. Foi só Pânico faturar mais de 170 milhões de bilheteria mundial que a Columbia Pictures rapidinho mudou de ideia e comprou os direitos.

Como em time que está ganhando não se mexe, logo novos atores oriundos de séries adolescentes de sucesso estão no elenco, como Jennifer Love Hewitt, de O Quinteto, ironicamente o mesmo seriado de onde saiu Neve Campbell, e Sarah Michelle Gellar, a Buffy, que vinha galgando seu status de nova scream queen do cinema de terror. Além disso, os galãzinhos em ascensão Ryan Phillippe e Freddie Prinze Jr., também foram escalados. Aproveitando esse novo gás para o cinema de terror, e principalmente para os slasher movies, a fórmula prosaica pré-estabelecida e uma nova procura dos jovens pelo subgênero fez com que Eu Sei… também bombasse na bilheteria mundial e faturasse expressivos 125 milhões de dólares em todo o mundo. Lucro exorbitante para seus 17 milhões gastos.

Tô sabendo...

Tô sabendo…

Eu fui um desses que entra nessa estatística mundial da bilheteria. Fui assisti-lo no cinema quando exibido no começo de 98 aqui no Brasil. Aliás, se você acompanha o blog todo dia (o que me faz pensar que você ou é tão afetado quanto eu, ou procrastina demais, ou simplesmente não parece ter nada melhor que fazer) pode perceber que a partir de 1997, quando completei meus 15 anos, entrei no ensino médio (colegial na minha época) e passei a frequentar o cinema de verdade, com meus amigos de classe, depois das aulas ou mesmo quando gazeteava e ia para o shopping, deixando para lá as tardes de ensino na ETESP José Rocha Mendes. E eu fui MUITO ao cinema durante esses três próximos anos, quando o bilhete no Cinemark custava DOIS REAIS a meia-entrada nas quartas-feiras, e vi vários desses filmes de terror mais famosinhos na tela grande!!!

Voltando, a trama de Eu Sei… é daquelas mais manjadas da paróquia. Quatro adolescentes atropelam por acidente um sujeito à noite no meio da estrada. É o último ano do high school (mesmo eles todos com seus vinte e poucos anos como de praxe), cada um está com seu futuro encaminhado, e então para que suas vidas não fossem arruinadas por um assassinato, eles fazem um pacto entre si de nunca contar para ninguém o ocorrido e se livrar do corpo.

Um ano depois, o trágico acontcimento afetou seriamente a vida de todos os envolvidos, quando também a realidade da “vida adulta” incumbiu-se de lhes darem vários tapas na cara. Julie James (a absurdamente gracinha e apaixonante Hewitt) foi para Boston estudar direito, mas suas notas estão péssimas e sua bolsa por um fio, quando volta para sua cidade natal para passar as férias de verão, atormentada pela culpa do assassinato de uma pessoa. Ela terminou seu namorico com Ray (Prinze), que dos quatro era o mais pobretão e acabou virando pescador. Helen (Gellar) queria se tornar atriz de novelas em NY, mas não deu certo e voltou com o rabo entre as pernas para trabalhar na loja de departamento da família, e além disso, como acontece com a maioria das gatas populares do colégio (ela havia sido escolhida miss municipal no ano anterior), “embarangou”. Seu ex-namorado, Barry (Phillipe) foi o único que relativamente se deu bem, treina para ser jogador profissional de Futebol Americano, mas é um babaca com b maiúsculo.

Uma turminha que se meteu em uma grande confusão

Uma turminha que se meteu em uma grande confusão

Dentro desses quatro personagens vemos todos os arquétipos e clichês possíveis e imagináveis dos adolescentes dos filmes slasher, e do cinema americano do besteirol em geral. Julie é a CDFzinha, mas que pelo menos não é mais virgem, taí um diferencial; Ray é o plebeu apaixonado esforçado de coração partido; Helen é a típica loira burra patricinha fracassada e Barry, o boyzinho arrogante coxa metido a machão. Mas, como o próprio título do filme alardeia, adivinhem? Alguém sabe o que eles fizeram no verão passado! TCHARAM! E eles passam a ser perseguidos por uma maníaco psicopata que deseja vingança, vestido em um traje impermeável de pescador e utilizando um gancho de mão para matar suas vítimas. Mesmo que elas não tenham NADA a ver com seu hit and run, como Max Neurick, outro pescador, que nutria um antigo amor platônico por Julie, e vejam só minha surpresa ao assistir novamente: é Johnny Galecki, o Dr. Leonard Hoffstader de The Big Bang Theory, ou Elsa (Bridgette Wilson-Sampreas), irmã de Helen.

Julie começa uma investigação de quem poderá ser o verdadeiro assassino, baseada na teoria de que a vítima havia sido um tal de David Egan, que supostamente morrera “afogado” no verão passado, sendo que no ano retrasado, havia sido responsável por um acidente que tirara a vida do seu eterno amor. Enquanto isso os quatro amigos vão sendo ameaçados, desconfianças entre eles começam a surgir, passam a ser abatidos como moscas, até a revelação nada empolgante de quem é o verdadeiro assassino surgir no terceiro ato. Isso tudo com buracos grotescos no roteiro e erros crassos, claro. Meu preferido é quando Julie encontra o cadáver de Max no porta-malas de seu carro, coberto de caranguejos. Ela deixa o carro no meio de uma rua do subúrbio em plena luz do dia, e corre para chamar Barry e Helen, que descem correndo as escadas e quando todos chegam lá, não há NENHUM corpo no porta-malas, nenhum caranguejo e nenhum sinal sequer de que ele estivesse lá em algum momento. Ou a mina é louca de pedra, ou o assassino trocou o carro dela nesse espaço de tempo curtíssimo, ou ele era o Flash e se livrou do presunto e dos crustáceos na velocidade da luz!

Eu Sei o Que Vocês Fizeram No Verão Passado segue nessa toada dos slashers 2.0. Asséptico, assexuado, com mortes em off e quantidades ínfimas de sangue derramado, um mistério canhestro com relação a identidade do assassino que deveria ser um plot twist, mas não surpreende ninguém, um finalzinho feliz xulo, e rios de dinheiro entrando no bolso dos envolvidos, todos com as artes dos pôsteres quase idênticas, até o subgênero ser extinto mais uma vez. E claro que tivemos continuações com suas extensões de nomes ridículos, como Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram No Verão Passado e Eu Sempre Vou Saber o Que Vocês Fizeram No Verão Passado, que na verdade só serve como motivo de xacota.

Gancho, gancho, gancho...

Gancho, gancho, gancho…

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683 – Pânico 2 (1997)

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Scream 2

1997 / EUA / 120 min / Direção: Wes Craven / Roteiro: Kevin Williamson / Produção: Cathy Konrad, Marianne Maddalena; Daniel Lupi (Coprodutor); Dan Arredondo, Nicholas C. Mastandrea, Julie Plec, (Produtores Associados); Cary Granat, Richard Potter, Andrew Rona (Coprodutores Executivos); Bob Weinstein, Harvey Weinstein, Kevim Williamson (Produtores Executivos); Elenco: Neve Campbell, David Arquette, Courtney Cox, Jamie Kennedy, Jada Pinkett Smith, Sarah Michelle Gellar, Timoty Olyphant, Jerry O’Connel, Liev Schreiber

 

Mas é óbvio que haveria um Pânico 2, né? Mas não tínhamos sequer a menor sombra de dúvida que Wes Craven e Kevin Williamson voltariam para uma sequência com a benção dos irmãos Weinstein, depois do original ter ressuscitado os filmes de terror, criado o novo slasher 2.0 e ter feito mais de 170 milhões de dólares de bilheteria no mundo todo.

Papo reto que essa sequência é bem inferior e até desnecessária, como a maioria das sequências, ainda mais tratando-se do subgênero, e seu único propósito de existir é colocar mais dinheiro no bolso de todos os envolvidos. Mas ainda assim, Williamson conseguiu escrever um roteiro afiado novamente, brincando mais uma vez com a questão da metalinguagem, clichês e a indústria do cinema em si, mas que se comporta muito mais em seguir os modelos típicos de um whodunit? a lá Edgar Wallace, que vai funcionando até seu terceiro ato quando acontece a patética revelação da identidade do assassino num daqueles obrigatórios plot twists, seguindo à risca a linha de seu antecessor (mas que funciona).

Craven parece já ter acertado a mão nessa história metalinguística e leva a um novo patamar com o conceito de filme dentro do filme, sempre uma interessante abordagem narrativa para o gênero. Aqui estamos falando de “A Facada”, longa baseado no livro “Os Assassinatos de Woodsbooro”, escrito por Gale Weather, a repórter gananciosa vivida (novamente) por Courtney Cox, que estreia nos cinemas dois anos depois dos acontecidos de Pânico. Em uma das sessões de pré-estreia, em um cinema lotado cheio de ações promocionais com todo mundo ganhando facas de plástico e fantasias do Ghostface, um casal é brutalmente assassinado.

Cinema ou festa à fantasia?

Cinema ou festa à fantasia?

E não é que os dois estudam na mesma universidade de Sidney Prescott, a mocinha que sobreviveu ao ataque de seu namorado psicopata e seu amiguinho, que agora tenta se graduar em artes cênicas? A onda de assassinatos em volta de Sidney volta a se repetir, seguindo um padrão que leva a polícia, ajudado por Weather e Dewey Riley (David Arquette) que vai até a cidade para tentar ajudar a amiga, a descobrir que um copycat está tentando imitar Woodsbooro.

Cabe a quem ajuda-los no entendimento de como funciona uma sequência? Randy Meeks, claro, o personagem de Jamie Kenedey que sempre é o melhor de todos desde o original. Se no longa anterior ele já havia alertado sobre as diretrizes de sobrevivência nos slasher movies, baseados no conjunto de regras instituídos por John Carpenter em seu Halloween – A Noite do Terror, aqui o agora estudante de cinema (óbvio) disserta com o personagem de Arquette sobre o as três regras das sequências: contagem de cadáveres maior, cenas de morte mais elaboradas e com mais sangue, e justo quando falaria a terceira, que era imprescindível para se criar uma franquia, é interrompido por Dewey em mais uma sacadinha daquelas da dupla Craven/ Williamson.

O que convenhamos, foi um tiro n’água na eterna tentativa da série Pânico em parodiar a si mesma, pois hoje em pleno 2015 sabemos que ele tornou-se uma trilogia, para depois virar uma franquia e Deus que o livre, virar uma série pela Emetevê, já diria Caetano. Outro ponto digno de nota do roteiro mostrando que pode haver vida inteligente nos slasher movies é o fato de mais uma vez tirar um barato da sua cara (pero no mucho) quando em uma aula de cinema, é discutido sobre as sequências, e o bate-papo entre Randy, Mickey (personagem de Timothy Olyphant), Cici (Sarah Michelle Gellar – a rainha dos slasher 2.0) e uma ponta de Joshua Jackson (rei das pontas e coadjuvante de Dawson’s Creew, série escrita por vejam só, Kevin Williamson) tenta encontrar continuações que sejam melhores que o original, como os citados Aliens – O Resgate, O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final e O Poderoso Chefão 2, ganhador do Oscar®, enquanto Jackson brinca falando sobre A Casa do Espanto II e Randy completa: “as continuações acabaram com o cinema de terror”.

- Qual seu filme de terror favorito?  - Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado!

– Qual seu filme de terror favorito?
– Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado!

Mas ainda assim Pânico 2 nem chega perto dessas exceções que transformaram o segundo filme em algo melhor do que o primeiro. Talvez o grande motivo seja exatamente essa pecha em tentar o filme todo se descobrir quem é o assassino, nessa maldita regra velada dos slashers 2.0. onde esse joguinho de detetive e o suspense se tornaram muito mais importantes que a morte, violência, sangue e nudez (desculpem, feministas) e a necessidade enfadonha de uma reviravolta final, por mais babaca que seja, como é o que acontece aqui, apenas para tentar surpreender o espectador, que nunca esperaria por isso e blá blá blá.

Mas vamos lá, também há a mensagem que Craven e Williamson colocam nas entrelinhas, e até é a motivação de um dos assassinos (novamente são dois deles trabalhando em conjunto, só que o(a) segundo(a) é a boa e velha vingança, como mesmo diz) é o fato de caçoar daquela velha discussão tão batida sobre filmes inspirarem atos de violência, algo que sempre caiu como uma luva no cinema de terror, tendo em vista os assassinatos ocorridos no cinema por conta de uma obra audiovisual. Fora isso, temos travestido o tema da busca pelo estrelato, pelos quinze minutos de fama, perseguidos tanto por Weather quando por Cotton Weary (Liev Schreiber), acusado injustamente por Sidney de ter assassinado sua mãe e que conseguira liberdade, que está sempre sendo colocado nos holofotes pela dupla de idealizadores, algo tão final dos anos 90 e começo dos anos 2000, antecipando o boom dos reality shows e canais do Youtube.

Apesar de algumas sacadas bem interessantes de linguagem, metalinguagem e narrativa, Pânico 2 é um caça-níquel indiscutivelmente, só que com uma qualidade um pouco maior que a maioria das continuações, e serviu muito bem a seu papel: faturar alto nas bilheterias. Rendeu 172 milhões de dólares no mundo todo (apenas um milhão a menos que o primeiro) e abriu a porteira para a abominação que foi o terceiro filme. E um detalhe curioso é que vi esse filme no cinema, em janeiro de 1999, e Pânico foi um hit tão grande que valeu uma sequência no ano seguinte, mas aqui no Brasil com nossas distribuidoras que tem tanto zelo e apreço pelos espectadores, foi estrear mais de um ano depois de exibido nos cinemas yankees.

Vendo os outros slashers copiões comendo poeira!

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688 – Halloween H20 – 20 Anos Depois (1998)

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Halloween H20: 20 Years Later

1998 / EUA / 86 min / Direção: Steve Miner / Roteiro: Robert Zappia, Matt Greenberg / Produção: Paul Freeman; Malek Akkad (Produtor Associado); Bob Weinstein, Harvey Wenstein, Kevin Williamson (Coprodutores Executivos); Moustapha Akkad (Produtor Executivo) / Elenco: Jamie Lee Curtis, Adam Arkin, Michelle Williams, Adam Hann-Byrd, Lodi Lyn O’Keefe, Janet Leigh, Josh Hartnet, LL Cool J, Joseph Gordon-Levitt

 

Lá nos idos de 1978, John Carpenter lançava seu seminal Halloween – A Noite do Terror, onde introduziu no cânone do cinema de terror o serial killer Michael Myers e ditaria as regras dos slasher movies dali para frente. Do começo dos anos 80 até meados dos anos 90, o subgênero de assassinos perseguindo adolescentes invadiu as salas de cinema, franquias foram estabelecidas e histórias recauchutadas à exaustão, até a perda completa de interesse de público.

Foi somente em 1996 que Wes Craven, que já havia criado a cinesérie A Hora do Pesadelo e concebido Freddy Krueger, um dos “filhos” de Myers, que os slashers ressurgiram e uma nova leva de filmes foi produzida, dessa vez muito mais asséptica, com tramas até mais envoltas em suspense e investigações particulares dos adolescentes em questão, em detrimento do banho de sangue, alta contagem de cadáveres e nudez de seus antecessores. Com o subgênero rendendo grana fácil aos seus produtores, Moustapha Akkad e os irmãos Weisntein resolveram que era hora de trazer Michael Myers de volta à ativa e celebrar os 20 anos de lançamento do original.

Assim surgiu Halloween H20 – Vinte Anos Depois, que tem três brutais pontos de superioridade com relação a todos os seus irmãos slasher 2.0 da época. O primeiro é Michael Myers, que dispensa apresentações e é querido por 11 a cada 10 fãs do horror. O segundo é a volta de Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode, a Scream Queen original. O terceiro é que eles resolveram simplesmente ignorar toda a pataquada de Halloween 4: O Retorno de Michael Myers para frente e suas pavorosas duas continuações, como se nunca tivessem existido, e a trajetória de assassinatos do psicopata na pequena cidade de Haddonfield tivesse se encerrado em Halloween 2 – O Pesadelo Continua.

Decisão acertadíssima por sinal! O roteiro original escrito por Robert Zappia passou por um tratamento não creditado adivinha por quem? Kevin Williamson, o cara que escreveu Pânico, Pânico 2 a Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado e estava na crista da onda no momento. Apesar de sua versão não ter sido usada por inteiro (tanto que ele foi creditado apenas como Coprodutor Executivo), fica claro ali a mão de Williamson em ajudar a rejuvenescer a franquia Halloween e aproximá-la de um novo público, acostumado agora com o padrão criado por ele mesmo e Craven ao meter uma faca na mão do Ghostface, dois anos antes.

Sangue do meu sangue!

Sangue do meu sangue!

Para a direção, outro veterano do gênero, Steve Miner, que dirigira Sexta-Feira 13: Parte 2 e Sexta-Feira 13 – Parte 3, ou seja, manja dos paranauê dos slasher. Isso e a volta de Curtis, quarentona revivendo a sua personagem mais famosa, Laurie, a infeliz irmã de Myers, ajudou também a trazer de volta os velhos fãs da franquia e os saudosistas de plantão. A receita de bolo estava prontíssima. Resultado: 55 milhões de dólares de bilheteria nos EUA (sendo 16 milhões só no final de semana de abertura, praticamente já se pagando), tornando-se até então a maior arrecadação da cinesérie, e depois mais 21 milhões no mercado de home vídeo. Sucesso absoluto, certo?

E olhe, H20 é um bom filme. Além de ser o único que preste desde o longínquo ano de 1981 quando a sequência entrou em cartaz. Presta todas as devidas homenagens ao original, diverte na medida, tem lá suas boas doses de suspense e sangue e tudo ocorre de forma redonda, correta, sem inventar moda, o que foi o grande pecado da quarta-parte para frente e toda aquela baboseira de runas, maldições celtas, sociedades secretas, manipulações genéticas e por aí vai. Não vamos entrar no mérito do enfermeiro indestrutível aqui.

A trama é simples: Laurie Strode envelheceu, mudou de nome, tentou deixar o pesadelo que passou nas mãos de seu irmãozinho querido para trás, mesmo sem nunca ter se recuperado inteiramente do trauma, ainda mais quando o Dia das Bruxas se aproxima, tornou-se um alcoólatra controlada (se é que isso existe), virou diretora de um internato e teve um filho, John, debute de Josh Hartnet no cinema. O corpo de Myers nunca fora encontrado após o incêndio no hospital de Haddonfield há 20 anos, e adivinha então quem vem para o Halloween?

Mr. Chandler e Marilyn!

Mr. Chandler e Marilyn!

O filho pródigo a casa torna após descobrir o paradeiro de sua mana ao invadir a casa de uma antiga enfermeira assistente do Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence morrera durante as filmagens de Halloween 6 – A Última Vingança e não pode retornar aqui para reprisar o papel) e assassinar um pivete Joseph Gordon-Levitt com um patim de hóquei enterrado na fuça. Aliás, o legal de ver esses slashers 2.0 do final dos anos 90 é ver a cacetada de bons atores que eles revelaram. Sabe quem faz o papel da namoradinha do Josh Hartnet? Michelle Williams, ex-Sra Heath Ledger e quer seria indicada a três Oscars® futuramente e ganhadora de um Globo de Ouro.

Tá legal, o filme é cheio de clichês, mas qual slasher movie não é? E é muito bom ver Michael Myers de volta em sua melhor forma, caçando Jamie Lee Curtis, agora uma senhora muita mais badass do que a “adolescente” que só corria, chorava e gritava, e presta uma bela homenagem ao trabalho imprescindível que o João Carpinteiro fez para o gênero criando um personagem tão icônico.

Halloween H20 – Vinte Anos Depois funciona muito bem naquilo que propõe e ponto, e enterra os pecados cometidos nos últimos três filmes da série, sem contar o polêmico Halloween III: A Noite das Bruxas. Pena que a falta de escrúpulos não o fez parar por aí e depois um desastroso Halloween – Ressurreição fora lançado quatro anos depois. Isso sem querer citar um tal de Rob Zombie…

Bro?

Bro?

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689 – Lenda Urbana (1998)

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Urban Legend

1998 / EUA / 99 min / Direção: Jamie Blanks / Roteiro: Silvio Horta / Produção: Gina Matthews, Michael McDonnell, Neal H. Moritz; Brian Leslie Parker (Produtor Associado); Brad Luff (Produtor Executivo) / Elenco: Jared Leto, Alicia Witt, Rebecca Gayheart, Michael Rosenbaum, Loretta Devine, Joshua Jackson, Tara Reid, John Neville, Robert Englund

 

A teoria da história cíclica, defendida por muitos historiadores, filósofos e pensadores é altamente encaixável no cinema de terror. Veja bem, nos anos 80, tivemos o boom dos filmes slasher. Assassinos mascarados de tudo quanto é jeito começaram a perseguir suas vítimas adolescentes em filmes que pareciam cópia carbono um dos outros, isso sem contar as infindáveis cineséries, tipo Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Halloween, gerando tubos de dinheiro e arrastando uma grande quantidade de público aos cinemas.

A parada degringolou, o gênero se estagnou, o subgênero praticamente desapareceu e na metade para o final dos anos 90, Wes Craven e seu Pânico fizeram os slasher movies ressurgirem, agora em uma versão que batizei de 2.0, e eis que a história se repetiu, com a mesma fórmula novamente copiada a exaustão até encher o saco dos espectadores.

Lenda Urbana é mais uma dessas crias bastardas de Pânico, que veio na leva de Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, O Dia do Terror e todos esses filmes feitos sob encomenda para arrancar alguns tostões da molecada que ia ao cinema.  E eu fui um desses que teve seus tostões gastos na bilheteria do Cinemark para ver essa porcaria. Eu lembro de um sentimento de raiva indescritível ao sair da sessão após os créditos subirem na tela. Primeiro porque havia detestado aquele filme, gato escaldado que já era no cinema de terror, e segundo porque eu e meu melhor amigo fomos juntos com duas garotas para um possível double date, e acabei não pegando ninguém naquela tarde de sábado.

O assassino esquimó!

O assassino esquimó!

Nunca mais havia assistido Lenda Urbana novamente depois daquele dia. Minha principal recordação era a quantidade bisonha de furos no roteiro que provariam facilmente (isso né, se as leis da física se aplicam de verdade) que seria impossível ser aquele o assassino revelado no final, em um plot twist dos mais sem vergonha. Lá fui então assisti-lo novamente, depois de 17 anos e continuo com a mesma indignação sobre a identidade do psicopata que mata a galera baseado nas famosas lendas urbanas, mas teve um detalhe que eu achei mais interessante que os outros slasher movies 2.0 da mesma safra. Esse daqui pelo menos tem uma quantidade um pouco maior que sangue que o de costume e uma mortes um pouco mais elaboradas que a “facada padrão”.

Mas não basta. Sangue por sangue é só assistir um giallo italiano ou um splatter do Fulci que você o terá aos borbotões. Fato é que uma série de assassinatos passa a ocorrer no campus de uma universidade (UFA, pelo menos aqui não temos aqueles marmanjos de 20 e poucos anos fingindo ser adolescentes em um high school), e as mortes, como disse no parágrafo anterior, inspirado nas lendas urbanas. O cara com um machado escondido no banco de trás, a babá que rastreia a ligação e vem do andar de cima da casa, o namorado da menina enforcado arrastando os pés no teto do carro, e por aí vai. Aliás na própria universidade rola a história de um tal massacre durante uma festa de fraternidade que tornara-se uma… lenda urbana.

Natalie Simon (Alice Witt) é a mocinha da vez e junto do repórter do jornal da universidade, Paul Gardener (um Jared Leto moleque de tudo) começa a investigar as mortes, cometidas por alguém que usa um casaco de esquimó, detalhe. Aquelas velhas suspeitas que levarão para algumas reviravoltas pífias apontam para vários possíveis assassinos, como, por exemplo, o professor de folclore, que dá aulas sobre… lendas urbanas, e é vivido por Robert Englund, nosso eterno Titio Freddy.

Dá uma carona?

Dá uma carona?

AVISO DE SPOILER. Pule os dois próximos parágrafos ou leia por sua conta e risco se realmente tiver algum problema em saber como essa bomba termina. No decorrer da trama descobrimos que Natalie era amiga do colégio da primeira vítima do longa, e as duas haviam causado um acidente que matara um sujeito, por conta de uma brincadeira de uma lenda urbana que um carro fica perseguindo o outro com farol alto para avisar que tinha um assassino dentro do automóvel. Acontece que esse maluco aí era noivo de Brenda Bates (Rebecca Gayheart), melhor amiga de Natalie, que na verdade durante TODO ESSE TEMPO esperou para colocar sua vingança em prática e começar a matar um monte de gente aleatória próximo da festa que “comemora” o tal massacre ocorrido no campus.

Okay, ao invés de assassinar logo a “amiga”, não. Fica fazendo essa patifaria de lenda urbana e ainda dá tempo de prendê-la e contar todo seu plano e suas motivações, ao melhor estilo vilão do James Bond, julgando a inteligência do espectador mais rasa que um pires. Fora isso, seria física, humanamente impossível uma garota franzina como a Brenda realizar aqueles assassinatos, principalmente de subjugar um jovem forte, pendurá-lo em uma árvore e enforca-lo, como acontece com o personagem de Joshua Jackson. Isso sem contar a estranha capacidade de se locomover na velocidade do Flash ou se teleportar como o Noturno, ser alvejada, cair de uma janela e conseguir ainda aparecer na porra do banco de trás do carro em que Natalie e Paul estão fugindo, com um machado. Ah detalhe, ela ainda é jogada de uma ponte mas na última cena, aparece junto de uma nova turma de universitários, uma vez que sua própria onda de assassinatos tornou-se uma lenda urbana. É de cair o cu da bunda!

Chega, não tenho mais o que escrever sobre Lenda Urbana depois dessa. Espero não precisar assisti-lo novamente nos próximos 17 anos, e nem nunca mais.

Backseat lover...

Backseat lover…

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690 – A Noiva de Chucky (1998)

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Bride of Chucky

1998 / EUA, Canadá / 89 min / Direção: Ronny Yu / Roteiro: Don Mancini / Produção: Grace Gilroy, David Kirschner (Produtores); Laura Moskowitz (Coprodutor); Don Mancini, Corey Sienega (Produtor Executivo) / Elenco: Jennifer Tilly, Brad Dourif, Katherine Heigl, Nick Stabile, Alexis Arquette, Gordon Michael Woolvett, John Ritter, Lawrence Dane

 

Mas se os slashers movies estavam de volta com tudo, e até o Michael Myers fora revivido, porque não trazer Chucky de volta? Partindo dessa ideia, Don Manici resolveu reviver sua criação de plástico tão famosa. Diferente de todas as outras cineséries, como Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, O Massacre da Serra Elétrica ou Halloween, a franquia derivada de Brinquedo Assassino sempre teve seu idealizador por trás, escrevendo, dirigindo ou produzindo os longas. Só que dessa vez ele resolveu mudar completamente o tom da brincadeira e em A Noiva de Chucky finalmente se deu conta que um boneco possuído pelo espírito de um macumbeiro que mata a galera, não deveria ser levado a sério.

Tá beleza, o primeiro filme meteu medo em muita gente, fez os pais de uma molecada ter de jogar bonecos de seus filhos na lata do lixo, criou mais um eterno movie maniac, mas isso foi no ano de 1988, funcionava ali naquele contexto. Dez anos depois, impossível se querer fazer um filme sério, ainda mais com um personagem tão ácido e escrachado como o Chucky, e tendo em vista a bela da porcaria que foram as duas sequências.

Então Manici em decisão acertadíssima construiu seu A Noiva de Chucky como uma paródia de si mesmo, dos filmes slashers, dos estereótipos dos anos 80 e dos anos 90, um homenagem ao clássico A Noiva de Frankenstein, e voilá, está aí o melhor filme de Chucky desde que Tom Holland colocaria Charles Lee Ray atrás do insuportável Andy Barclay uma década antes.

Sangrento, com possibilidades de almôndegas

Sangrento, com possibilidades de almôndegas

Tem gente que malha essa quarta parte mais que Judas em Sábado de Aleluia, assim como sua sequência, O Filho de Chucky, dizendo que ele perdeu a essência, que os outros filmes eram de suspense e assustadores, blá, blá, blá. Sério mesmo? Era assustadores quando você era um pivete né? Já os assistiu novamente? Pelo menos em A Noiva de Chucky rola um escracho geral, Brad Dourif adiadíssimo como Chucky, Jennifer Tilly canastra pra cacete, aqueles dois bonecões horríveis, sacadas incrivelmente perspicazes e tudo mais. E outra, pegue o execrável A Maldição de Chucky, no qual Mancini tentou retomar a suposta “seriedade” e me responda se é bom.

Começa com uma bela homenagem quando um policial invade um depósito de provas para roubar o famigerado boneco Bonzinho e lá dentro temos uma máscara de hóquei, uma serra elétrica, a máscara do Michael Myers, e a luva do Freddy Krueger. A encomenda foi feita por Tiffany, a personagem de Jennifer Tilly, ex- de Charles Lee Ray, que em um ritual de magia negra traz o boneco de volta à vida. Sua primeira vítima é uma paródia de Marilyn Manson, que tem seu piercing no lábio arrancado e sufocado por uma almofada. Detalhe na cena o noticiário na TV mostrando o corpo quando é encontrado, e uma foto do sujeito todo maquiado como gótico infernal trash metal malvado e ao lado outra com sua verdadeira aparência nerd, fazendo piada com aquela lenda que Manson era na verdade o Paul de Anos Incríveis.

Mas acontece que Tiffany se lembra do canalha, chauvinista, porco, machista e escroto que ele era, e como ele havia a enganado e não pretendia a pedir em casamento, e o deixa preso em um chiqueirinho, comprando uma boneca de noiva para fazer companhia a ele. Puto da vida, Chucky escapa e acaba eletrocutando a vixen na banheira, jogando uma televisão onde era exibido A Noiva de Frankenstein da Universal. O psicopata então usa seu conhecimento em magia negra e transfere a alma da moça para a boneca em vingança.

Três é demais...

Três é demais…

Para que eles possam voltar à forma humana, Chucky precisa de um amuleto que fora enterrado junto com o corpo de Charles Lee Ray (detalhe: ele nunca precisou desse amuleto em nenhum dos outros filmes) e Tiffany contrata seu vizinho, Jesse (Nick Stabile) para levá-los até o cemitério em Nova Jersey. Só que Jesse é perdidamente apaixonado por Jade (Katherine Heigl) que mora com um tio linha dura, o chefe de polícia Warren Kincaid (John Ritter) que restringe sua liberdade. O casal de pombinhos resolve fugir para poderem se casar, sem imaginar que estão levando os dois maníacos de plástico de carona.

Daí é aquela velha história. Começa a contagem de cadáveres com mortes das mais elaboradas e sangrentas pelo padrão que víamos nos novos slasher movies da época, Chucky tentando se adaptar aos anos 90, pois está fora de moda e há dez anos destruído (meio que mandando a cronologia dos outros filmes às favas) e um monte de situações esdrúxulas que finalmente resolve fazer piada de si mesmo enquanto levava-se extremamente a sério nos filmes anteriores, como, por exemplo, o sexo entre bonecos e a pergunta de Tiffany se ele tem camisinha, e ele responde que é TODO feito de borracha. Gênio!

Outra dessas tiradas sensacionais é quando Kincaid está inspecionando a van, e Chucky quer mata-lo, pegando um martelo, e Tiffany lhe diz que é muito previsível, afinal essa foi a arma com que ele fez sua primeira vítima lá em Brinquedo Assassino. Ao invés disso, inspirado no improviso de Martha Stewart, a musa de Tiffany, eles preparam uma armadilha que enchem o rosto do policial de pregos, que fica igualzinho ao Pinhead, e ao encará-lo, Chucky emenda: “Por que isso me parece tão familiar?”. Isso sem contar que num bate-papo casual com Tiffany, para explicar tudo que havia acontecido com ele, solta a pérola: “se isso fosse uma sequência, seria preciso dois ou três filmes para isso”.

Eu respeito quem torça o nariz para A Noiva de Chucky, mas eu tenho aí em cima meus argumentos a favor da fita. Afinal,  é um boneco que mata gente e faz piada, pelo amor! E acertadamente seguiram nessa toada no quinto filme, uma vez que num daqueles absurdos toscos hilários, Tiffany fica grávida e dá a luz a um brinquedinho assassino no final deste aqui.

4:20

4:20

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O DVD de A Noiva de Chucky está atualmente fora de catálogo.

Download: Torrent + legenda aqui.


711 – Pânico 3 (2000)

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Scream 3

2000 / EUA / 116 min / Direção: Wes Craven / Roteiro: Ehren Kruger / Produção: Cathy Konrad, Marianne Maddalena, Kevin Williamson; Dan Arredondo, Dixie J. Capp, Julie Plec (Coprodutores); Nicholas C. Mastandrea (Produtor Associado); Stuart M. Besser (Coprodutor Executivos); Cary Granat, Andew Roma, Bob Weinstein, Harvey Weinstein / Elenco: Neve Campbell, David Arquette, Courtney Cox, Liev Schreiber, Patrick Dempsey, Lance Henrikssen

 

O que Pânico, que reinventou os slasher movies e salvou o cinema de terror de uma possível extinção, tem de bom, Pânico 3 tem de péssimo. Um jeito modorrento e vergonhoso de encerrar uma até então trilogia, caindo exatamente na mesma vala comum das continuações caça-níqueis que levaram o gênero e o subgênero à exaustão, e Craven teve de recuperar.

Talvez o principal motivo nessa sequência abaixo de qualquer média seja o fato de Pânico 3 não ser escrito por Kevin Williamson (seu rascunho original do roteiro foi completamente descartado), que volta somente como produtor da fita. Sem dúvida nenhuma quem criou todo o espírito jovial e as sacadas inteligente e referenciais do primeiro filme, e também foi responsável por alguns bons momentos, além de um ou outro certo diálogo certeiro em Pânico 2, mesmo que o resultado final seja regular, foi o roteirista. A sua falta é sentida em demasia no roteiro prosaico e nada inspirado de Ehren Kruger, e cheio de interferências do estúdio e frequentes reescritas, que deixaram até os atores putos, diga-se de passagem.

E o engraçado é que a grande intenção desse filme é exatamente subverter a ordem de que as terceiras partes geralmente são inferiores as outras, tentando ser surpreendente, mas ele falha miseravelmente nesse quesito. E enquanto os dois primeiros brincavam com as próprias regras dos slashers e das continuações, com explicações e detalhes inteligentes levantados pelo excelente personagem de Jamie Kennedy, que morrera no anterior, mas aqui faz uma ponta em um vídeo póstumo, este daqui não consegue fazer o mesmo pelas trilogias.

Senhor, possa estar tomando um minuto da sua atenção?

Senhor, possa estar tomando um minuto da sua atenção?

A mensagem principal é que tudo pode acontecer no terceiro filme, e realmente acontece, mas de forma errada, graças a um assassino esculhambado com uma motivação esdrúxula que veste o manto do Ghostface e quer matar a Sidney Prescott de Neve Campbell (DE NOVO!!!!). Sério, o argumento utilizado no momento Scooby-Doo de revelação do psicopata da vez consegue ser ainda pior, mas muuuuuito pior do que a dona Loomis da segunda parte.

E mais ainda, toda aquela brincadeira metalinguística que deu certíssimo no primeiro e principalmente no segundo filme, aqui fica reduzido aos meandros dos bastidores hollywoodianos, uma vez que a terceira parte de “A Facada”, filme-dentro-do-filme inspirado nos assassinatos de Woodsbooro, está em filmagens em um importante estúdio de Hollywood  (que detalhe, é onde Maureen Prescott, a mãe de Sidney tentou ganhar a vida como atriz há tempos) é o local onde irá se concentrar a série de assassinatos da vez. Isso depois de Cotton Weary (Liev Schreiber) ser morto na sequência inicial, que é infinitamente inferior a eterna cena de Drew Barrymore em Pânico e de Jada Pinkett-Smith e seu namorado no cinema em Pânico 2.

Temos de volta também Courtney Cox como Gale Weathers e David Arquette como um cada vez mais caricato Dewey Riley. Fora uma penca de personagens descartáveis, inclusive aí o pretenso assassino e seu alter-ego e o detetive Kincaid de Patrick Dempsey, e uma ou outra cutucada nos bastidores dos filmes de terror em Hollywood, e nas festinhas dos magnatas da indústria cinematográfica nos anos 70 que corrompiam pobres e belas jovens atrizes que buscavam o estrelato, na figura do produtor John Milton, vivido por Lance Henriksen.

Desculpe amor, pensei que ela fosse você...

Desculpe amor, pensei que ela fosse você…

Absolutamente nada funciona em Pânico 3. Mas sabe o que é o pior de tudo mesmo? É o fato de uma cadeia de acontecimentos que a fita faz questão de interligar para tentar explicar didaticamente TODOS os acontecimentos que levaram ao assassinato de Maureen Prescott e seus desdobramentos que fizeram Billy Loomis surtar e virar o Ghostface original, devidamente ajudado por seu colega igualmente psicopata Stuart, e levaram Sidney para aquele espiral de infortúnio. Tudo por conta de uma vingancinha medíocre e falta de terapia, que com certeza poderia resolver o problema. Parece que tudo foi milimetricamente planejado pelo assassino e nada, absolutamente nada saiu de seu controle nesse seu plano infalível à la Cebolinha, que devotou toda sua vida a isso. Bah…

Isso sem contar a ínfima quantidade de sangue e violência, aquele truque tosquíssimo do simulador de voz, o contrato com Neve Campbell era de apenas 20 dias de filmagens, porque provavelmente ou tava se achando naquela época (e depois sumiu, virou atriz falida) ou não queria ficar estigmatizada com mais uma sequência de Pânico (e depois sumiu, virou atriz falida), e ainda temos só cinco minutos de aparição de Randy, sempre o melhor personagem de toda a até então trilogia.

Mas vamos lá, Pânico 3 foi outro tremendo sucesso de bilheteria, batendo recordes de estreia naqueles tempos e faturou absurdos e desmerecidos 161 milhões de dólares mundialmente. Pelo menos Craven resolveu concluir mesmo a história e pular fora de vez, e não se tornou uma sequência infinita, como os slashers oitentistas que arrebentaram o subgênero. Claro, até todos os envolvidos precisarem de grana, afinal a carreira deles não evoluiu para lugar nenhum, e voltaram para Pânico 4 em 2011. Mas isso é outra história.

Booooooo!

Booooooo!

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713 – Premonição (2000)

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Final Destination

 2000 / EUA / 98 min / Direção: James Wong / Roteiro: Glen Morgan, James Wong, Jeff Redick / Produção: Glen Morgan, Craig Perry e Warren Zide, Art Schaefer (Co-produtor), Chris Bender , Richard Brener  e Brian Witten  (Produtor Executivo) / Elenco: Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith, Kristen Kloke, Seann William Scott

 

Em meados dos anos 90, Pânico foi o filme responsável por ressuscitar o cinema de terror de sua tumba e deu um novo gás ao gênero slasher, que querendo ou não, sempre foi o que fez mais sucesso entre o público jovem, que é o grosso que lota as salas de cinema. Só que o gênero caiu em mais uma armadilha, como acontecera na década de 80, e um filme foi tornando-se cópia do outro e daí tudo começou a avacalhar de vez. Foi quando eis que surge o criativo Premonição, dando um novo olhar à mesmice dos slasher movies.

E a grande culpa disso é das mentes por trás do longa: Glen Morgan e James Wong. Para quem não está familiarizado com o nome dessa dupla, eles foram roteiristas do seriado Arquivo X, e responsáveis por alguns dos melhores episódios do seriado, escrevendo aventuras de Mulder e Scully de 1993 até 1997 (antes disso já haviam trabalhado como roteiristas do seriado Anjos da Lei). E hoje James Wong, o diretor de Premonição, é produtor e escritor de American Horror Story, uma das bacanas séries de terror da atualidade.

Bom, voltando ao filme, subvertendo o subgênero (hein? hein?), Premonição nos mostrou um tipo diferente de assassino, se assim podemos dizer. Ao invés de um maluco mascarado com uma faca, o responsável por dar cabo dos jovens do filme é ninguém menos que… a própria Morte! Mas não pense que ela vai aparecer em seu visual clássico, de manto negro e foice em mãos. Ela simplesmente, por meio de pequenas coincidências, digamos assim, arquiteta seu plano para levar suas vítimas para sete palmos embaixo da terra. Ao invés do sujeito ser esfaqueado, ele vai tipo escorregar em uma poça de água, metodicamente preparada pelo destino para estar ali, e morrer enforcado no chuveiro, como é o caso de um dos personagens da trama. É extremamente divertido. E isso pode acontecer na cozinha, na rua, em uma ferrovia, e por aí vai.

A Morte resolve sair da inércia para tornar-se protagonista quando um grupo de jovens americanos da mesma escola está prestes a viajar para um intercâmbio na França. Alex Browning (Devon Sawa) acaba tendo uma premonição minutos antes de embarcar, que o avião irá explodir em pleno ar (em uma das mais impressionantes cenas de acidente aéreo do cinema). Quando começa a ter uma sequência de déja-vus e aos poucos o que ele havia previsto começa a se tornar realidade, Alex surta e quer sair de qualquer jeito do avião, causando um tumulto que leva a professora, seu melhor amigo e mais outros quatro para fora da aeronave, antes dela realmente explodir, com todos eles são em salvos em terra.

O filme preferido de quem tem medo de avião

O que Alex fez? Enganou o plano da morte, que não vai deixar barato e começar a levar um por um dos sobreviventes para poder riscá-los definitivamente de seu caderninho negro. É quando Alex e Clear Reavers (Ali Larter), a única que acredita nele e possível par romântico, começam a descobrir o esquema da morte, com a ajudinha do misterioso agente funerário interpretado pro Tonny Todd, o eterno Candyman, e que eles estarão salvos se conseguirem fazer com que ela “pule” sua vez, matando o próximo da lista. E segundo essa teoria, se todos conseguirem escapar, finalmente eles estarão livres da maldição.

Isso é o suficiente para que o próximo da lista (que se baseia nos assentos onde eles estavam sentados no avião a partir do foco de incêndio que iniciou a explosão na visão de Alex) entre em um piração gigantesca, porque imagine o nível da paranoia que você chegaria se soubesse que você poderia morrer por engasgar com um pedaço de comida, ou levar um choque ligando um interruptor ou mesmo se cortar fazendo a barba? Acabou sua sanidade! E é nesse clima de medo constante e tentativa de proteção que os mocinhos do filme devem tentar evitar um final prematuro.

Premonição (péssimo e manjadíssimo título em português contra o charmoso Final Destination original, que remete exatamente ao embarque no aeroporto) apesar de ser clichê, sem envolvimento profundo com nenhum dos personagens, e por realmente se torcer para a Morte, tornou-se um inesperado e divertido sucesso, principalmente pela forma engenhosa que as vítimas acabam batendo as botas, lembrando bastante aquelas armadilhas que o Coiote usava para tentar pegar o Papa-Léguas ou que o Tom tentava apanhar o Jerry.

Mas aí, a boa e velha Hollywood com sua máquina de fazer dinheiro, logo transformou Premonição em uma bem sucedida franquia, que conseguiu chegar ao quinto filme (dois deles em 3D) fazendo apenas mais do mesmo, sem trazer absolutamente NADA de novo nas sequências, somente mortes cada vez mais bizarras, sangrentas e mirabolantes, e acidentes cada vez mais incríveis, em uma autoestrada, montanha russa em um parque de diversões, corrida de carros e uma ponte em construção. No final do quinto e último filme, eles até fazem um link com esse primeiro, como se os eventos se passassem imediatamente antes do original lançado há 11 anos. Mas são todos desnecessários, na real.

Enganamos a morte e seus truques da ACME

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Compre o DVD de Premonição aqui.


Inverno slasher

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Aproveitando esse finalzinho da estação de frio, nada como um bom, quente e sangrento suéter!


Para aquele fã do horror friorento que está a fim de aproveitar esse final de inverno, a Mondo lançou uma coleção de suéteres, cardigans e cachecóis inspirados nos slashers Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e Halloween.

Pena que é só na gringa e que o dólar está pela hora da morte. Mas aí o link para a quem interessar possa.


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722 – Jason X (2001)

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Jason X


2001 / EUA / 91 min / Direção: James Isaac / Roteiro: Todd Farmer / Produção: Noel Cunningham; James Isaac (Coprodutor); Marilyn Stonehouse (Produtor Associado); James Isaac, Sean S. Cunningham (Produtores Executivos) / Elenco: Kane Hodder, Lexa Doig, Jonathan Potts, Lisa Ryder, Dov Tiefenbach, Chuck Campbell, Melyssa Ade, Barna Moricz, Dyla Bierk, Peter Mensah, David Cronenberg


 

Seguinte, Jason X é uma das maiores porcarias já feitas, vergonha alheia de níveis astronômicos (viu o que fiz aqui?) concordo, mas olhe, é melhor do que muitos outros filmes da franquia Sexta-Feira 13 que se levam a sério para cacete.

Jason X nasceu como bagaceira, viveu como bagaceira e morreu como bagaceira. Desde o começo ele é uma paródia de si mesmo, dos slasher movies, dos filmes e séries sci-fi B dos anos 80 e 90. Ele tira um barato com sua própria cara, é ridículo, cheio de situações esculhambadas, clichês vomitados em toda sua duração, CGI porquíssimo, roteiro chinfrim, atuações pavorosas, tem um Jason parrudo cibernético… Mas com mil diabos, essa sempre foi sua intenção!

Muito mais digno e louvável, com momentos devera engraçados de puro ridículo proposital, do que alguns outros longas da longeva cinesérie que realmente achavam que estava arrasando, como as partes 5, 7, 8 e claro, o infame Jason Vai Para o Inferno: A Última Sexta-Feira, aquele que ganha o troféu abacaxi com louvor.

Então é aquele tipo de diversão descompromissada para você assistir com os amigos entre um gole de cerveja e outro, um torresminho ou salame, e rir alto. Só que os defensores do puritanismo cinematográfico não conseguem entender isso. Assim como não conseguem entender A Noiva de Chucky e o O Filho de Chucky, por exemplo. Jason X apenas joga na nossa cara de fã o quanto é tosco e ridículo na verdade um morto-vivo praticamente indestrutível caindo aos pedaços que usa uma máscara de hóquei e mata adolescentes libidinosos em um acampamento que nunca foi fechado pela polícia.

Peraí? Cadê Crystal Lake?
Peraí? Cadê Crystal Lake?

E se o planeta Terra for para o saco e sucumbir a uma hecatombe nuclear, apenas as baratas e Jason sobreviverão! Mais ou menos essa é a moral da história. O serial killer, novamente vivido por Kane Hodder, após matar por volta de DUZENTAS pessoas, finalmente é capturado, só que um conluio de cientistas e militares, liderados por David Cronenberg (até o Rei do Terror Venéreo entrou no modo zueira never ends) querem estudar o incrível poder de regeneração celular de Jason e transformá-lo em uma arma militar.

Claro que dá errado, o cara escapa e acaba sendo colocado em estado de criogenia junto com a Dra. Rowan (Lexa Doig), e ambos são encontrados e reanimados em uma estação espacial mais de 400 anos depois. Jason irá então tocar o terror nos corredores de uma nave das mais toscas possíveis, e voltar a fazer, mesmo no futuro apocalíptico, o que faz de melhor: aumentar a contagem de cadáveres. Mais precisamente 28 (isso sem contar uma estação espacial inteira que explode), recorde para a franquia Sexta-Feira 13.

Coloque nessa conta uma das mais legais mortes da série, que é quando ele pega a cabeça da loirinha Kay (Lisa Ryder), a congela e depois quebra seu rosto em pedacinhos na mesa. Depois disso é o vilão matando gente a rodo com tudo que encontrar pela mente, com seu machete tradicional ou uma versão futurista, até ser completamente destruído por uma androide armada até os dentes e lutadora de artes-marciais.

Dominatrix
Dominatrix

Quando os sobreviventes pensam que o terror finalmente acabou, eis que umas paradas eletrônicas da nave fazem o Jason voltar à vida como um ciborgue todo cafúçu, com novo visual, nova máscara e ainda mais indestrutível do que normalmente. Sério, é absurdamente ridículo. Ainda bem que apenas no terceiro ato ele adquire essa versão Século XXV, que certeza faz os puritanos se contorcerem de raiva e se rasgarem todo.

Um grande momento de Jason X, sem sombra de dúvida, é a simulação de realidade virtual do Acampamento Crystal Lake nos anos 80. Hilário Jason olhando ao redor e encontrando duas campistas promíscuas que querem fazer topless e segundo elas mesmo, estão loucas para praticar sexo pré-nupicial antes de entrarem em um saco de dormir. Gosto assim, quando um filme tem a honra de aloprar a si mesmo e seus pares.

Confesso que quando Jason X foi lançado nos cinemas, eu tive um preconceito cavalar, me recusei a assistir e achava uma afronta a série e ao meu movie maniac preferido. Só depois de muito mais tempo eu assisti em uma das reprises da TV à cabo e entendi que na verdade ele é uma comédia que achincalha os slasher movies, o notável assassino e a própria série, sem se levar a sério desde o primeiro frame. Então, já que essa é a proposta, está valendo. Melhor do que um sujeito que não é o Jason matando gente doida em um hospício, enfrentando uma garota com poderes telecinéticos, viajando de barco para Nova York ou sendo transmitido como uma entidade ao comer seu coração.

Cafúçu cibernético
Cafúçu cibernético

 


Muito de Meninas Malvadas, nada de Pânico

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Scream Queens, nova série dos criadores de Glee e American Horror Story, é um exagero caricato no nível hard e afugenta os curiosos fãs de horror logo no episódio duplo de estreia.


Os primeiros cinco minutos que assisti de Scream Queen, nova série da FOX de Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, me deram vontade de sofrer uma lobotomia, só para esquecer aquilo que tinha acabado de ver. Ou que de fato, mais do que nunca, existisse uma máquina como da Lacuna Inc., de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança.

Apertei o pause, respirei por alguns segundos, coloquei os nervos no lugar e voltei a assistir, não por um insano sadomasoquismo, mas por ossos do ofício mesmo, para poder escrever essa resenha para meus dois ou três leitores aqui do 101. Na cena seguinte a coisa toda melhorou um pouco pela presença magnânima de Jamie Lee Curtis nas telinhas, a über Scream Queen que viveu Laurie Strode em Halloween – A Noite do Terror,  escolha perfeita para o papel, por razões óbvias.

Okay, vamos partir do pressuposto que por mais que eu adore paródias e sátiras, afinal sou uma cria do cinema besteirol dos anos 80 da turma Jim Abrahams, David e Jerry Zuker (de Top Secret, Apertem os Cintos.. O Piloto Sumiu, Corra que a Polícia Vem Aí e Top Gang) eu definitivamente não sou o público alvo de Scream Queens. Então tentei fazer um exercício de assisti-lo com outros olhos, uma pegada mais crítica mesma.

Para definir Scream Queens de uma forma de fácil entendimento, a série se propõe a fazer com os slasher movies o que Glee, criado pelo mesmo trio, fez pelos musicais. Isso é bom ou ruim? Não sei, eu detestava Glee, e como a “primeira impressão é a que fica”, detestei Scream Queens, mas eu acredito que ele possa ter algum tipo de valor futuro, até para o próprio cinema de terror, se pensado em algum serviço de utilidade pública que possa prestar para uma nova leva de adolescentes. Mais ou menos o que aconteceu com Crepúsculo e fez algumas meninas que assistiram aos filmes baseados no livro da Stephenie Meyer hoje em dia assistirem Amantes Eternos, Deixa Ela Entrar e A Menina Sombria que Anda à Noite. Sim, elas existem!

Garotas malvadas...
Garotas malvadas…

Para mim, que mais uma vez, não sou público alvo, tudo é exageradamente caricato. Claro, essa é a intenção, você irá me dizer, mas a barra é forçada demais, sabe? Nas entrelinhas, está lá para quem quiser captar, que Scream Queen é uma sátira ácida, mordaz, tanto do comportamento dos jovens universitários americanos e as suas famosas fraternidades, quanto da cultura pop, do próprio cinema de terror adolescente dos anos 80, meados de 90 e começo dos anos 2000, e das próprias comédias besteirol com essa temática, sendo tipo uma metalinguística paródia da paródia.

Além disso, há ali aquela boa dose de crítica social implícita, assim como já havia em Glee, falando completamente de forma sem noção sobre racismo, sexismo, futilidade, alienação, consumismo, homofobia, “gordofobia”, preconceitos contra deficientes físicos (tem uma garota surda que é aloprada em NÍVEL HARD, outra que usa um aparelho para coluna cervical) e por aí vai. Só que é tudo MUITO OVER. MUITO CAMP. Não é aquele humor mais refinado, e sim uma metralhadora de piadas de mau gosto e de exageros aos borbotões em praticamente todas as situações (até as que deveriam ser um pouco mais sérias).

Bom, a trama não exigiria muita coisa diferente: Em 1995, durante uma festa na fraternidade Kappa Kappa Tau da Wallace University, uma garota dá a luz a um bebê dentro de uma banheira (segundo ela, nem sabia que estava grávida até então!!!) e precisa de cuidados médicos, mas como aquela situação estragaria o rolê e “Waterfalls” da TLC começa a tocar na festa, as garotas deixam ela sangrando no banheiro e ao voltarem para tentar resolver o problema, ela está morta.

Elipse temporal e 20 anos depois, Chanel Oberlin (Emma Roberts) é a presidente da fraternidade, encarnando todo os tipos de estereótipos possíveis e imagináveis, e governa a KKT com mão de ferro, seguida por suas devotas e igualmente fúteis acólitas, vociferando ordens, humilhando e desprezando funcionários, latinos, negros, homossexuais, deficientes e tudo que a cartilha do politicamente incorreto manda.

Bad to the bone
Bad to the bone

Após um confronto com a reitora da universidade, Cathy Munsch, papel de Curtis, que está simplesmente ótima, que despreza o desserviço que fraternidades como aquela promove a milhares de jovens americanas, é decidido que a KKT precisa começar a aceitar qualquer uma que queira se candidatar para uma vaga, e não apenas seguir aquela regra velada do elitismo branco heteronormativo. As candidatas, que vamos combinar, no mundo real NUNCA iriam querer entrar numa fraternidade daquelas, darão pano para manga para todo tipo de deboche e piada de gosto duvidoso. Mas eu confesso que ria histericamente com a personagem surda de Whitney Meyes, fã de Taylor Swift, principalmente na hilária cena do cortador de grama.

Grace Gardner (Skyler Samuels) tem o sonho de entrar para a KKT, uma vez que a única recordação que tem de sua mãe, que morreu quando tinha 02 anos, é um broche da fraternidade e será uma daquelas que tentará se candidatar, e logo veremos que ela é a mocinha da série, se infiltrando na casa para descobrir todos os podres de lá, destronar Chanel e criar uma fraternidade que abrace e acolha a todos. Para tal, irá contar com a ajuda do repórter do campus, atendente do café da universidade e par romântico, Pete (Diego Boneta).

Nesse ínterim, uma série de misteriosos assassinatos passa a acontecer nos arredores, perpetuados por um sujeito usando uma fantasia de diabo vermelho, que parece aquelas estátuas do encardido que se vende em casas de umbanda. Além do clima de patifaria, a série certamente, pelo menos durante esses quinze episódios iniciais, seguirá uma linha ao melhor estilo whodunit? em tentar elucidar quem é o assassino endiabrado, e claro, revelar quem é aquele bebê que ficou órfão na festa em 1995.

Ser ou não ser? Eis o cramunhão!
Ser ou não ser? Eis o cramunhão!

De terror, terror meeeeesmo, não há, esqueça! Nem nada que chegue próximo a pegada dos slasher 2.0 pós-Kevin Williamson. Há uma certa quantidade de gore, isso não posso negar, com cenas de maquiagem excelente, como a morte da antiga presidente da KKT, quando ácido sulfúrico é colocado no lugar de seu spray bronzeador, ou quando a empregada da casa tem seu rosto enfiado no óleo fervendo.

Algumas das piadas, perdidas no meio de tantas bobagens e situações nonsense, são genuinamente boas e muito engraçadas, como quando o puxa-saco de Chad Powell (Glen Powell), garoto mais popular da universidade, membro do clube de golfe e namorado de Chanel, diz que se um diretor dirigisse um filme de sua vida, seria Michael Bay, o maior de todos os tempos!

Mesmo com a participação de nomes peso-pesado do universo teen, como Nick Jonas e Ariana Grande, Scream Queens teve sua estreia na última terça-feira, 22 de setembro, com audiência muito abaixo da expectativa. Cerca de 4 milhões de pessoas, um começo bem mediano para uma das séries mais aguardadas, faladas e promovidas da temporada, e pelo fato de serem dos atuais pratas da casa da emissora da RAPOSA, responsáveis pelos sucessos Glee e American Horror Story.

Em suma, o maior problema de Scream Queens é a afetação irritante em todos os sentidos. É o exagero desproporcional, que desperdiça piadas e momentos inteligentes, até para colocar o dedo na ferida do comportamento social alienado da geração millennial americana média, como uma cena emblemática nesse sentido quando assassino e uma das vítimas trocam mensagens de texto pelo celular, frente a frente um do outro, e a moçoila prefere pedir socorro pelo Twitter ao ser esfaqueada, do que ligar para a polícia, ou quando Chanel diz que HPV é algo que se pega bebendo água no México.

Muito se vendeu por aí que Scream Queens é uma mistura de Pânico com Garotas Malvadas. Pois ele tem MUITO de Garotas Malvadas, e nada de Pânico. O episódio duplo de estreia certeza que afugentou de vez os fãs do horror que tinham até alguma curiosidade sobre a série, até pela presença de Jamie Lee Curtis. Quanto aos adolescentes, fãs do trio Brennan, Falchuk e Murphy, dessa afetação toda e apreciadores de sátiras, só o tempo irá dizer.

A scream queen!
A scream queen!


Coelhinho da Páscoa assassino slasher no trailer de Easter Sunday

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Filme póstumo de Robert Z’Dar era só o que faltava para completar a coleção de “feriados” macabros…


Depois do Halloween, Natal, Dias das Mães, Dia dos Pais, estava mesmo faltando um slasher movie de… Páscoa! O indie slasher Easter Sunday é o filme póstumo de Robert Z’Dar, o eterno Maniac Cop, falecido no começo desse ano, que promete uma viagem de volta aos clima zueiro dos slashers dos anos 80.

Easter Sunday é escrito e dirigido pelo novato Jeremy Todd Morehead e no elenco, junto de Z’Dar estão Ari Lehman, Edward X. Young e Shawn C. Phillips.

Confira o trailer e sinopse do escracho, abaixo:

Faz 24 anos desde que o demente serial killer Douglas Fisher foi executado pela polícia na noite de Páscoa. Este ano, um grupo de adolescentes baladeiros não irão somente tocar o terror, como irão trazer o terror de volta! Os jovens acidentalmente conjuram o espírito de Fisher, também conhecido como o: Assassino com Máscara de Coelhinho da Páscoa! Eles terão até meia-noite para parar o malvado coelho slasher, ou ele irá deixar todos em pedaços.


737 – Halloween – Ressurreição (2002)

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Halloween: Resurrection


2002 / EUA / 94 min / Direção: Rick Rosenthal / Roteiro: Larry Brand, Sean Hood / Produção: Paul Freeman; Malek Akkad (Coprodutor); H. Daniel Gross, Louis Spiegler, Bob Weinstein, Harvey Weinstein (Coprodutores Executivos); Moustapha Akkad, Ralph Rieckermann (Produtores Executivos) / Elenco: Jamie Lee Curtis, Brad Loree, Busta Rhymes, Bianca Kajlich, Sean Patrick Thomas, Daisy McCrackin, Katee Sackhoff


Bem, disputar qual é a pior sequência de Halloween (oficial, sem contar as cometidas pelo roqueiro metido a diretor, Rob Zombie, que ganha de forma hors concours) é como briga de foice no escuro, mas acho que Halloween – Ressureição é o pior de todos, definitivamente. E olha que tem uma parte 5 e 6 aí que é dureza de aguentar.

O grande problema dessa nova aparição de Michael Myers nas telonas é obviamente, o oportunismo de todos os envolvidos. Do bom e velho Sr. Caça-Níquel da franquia, o produtor executivo Moustapha Akkad e os irmãos Weinstein da Dimension Films/ Miramax, que querem continuar capitalizando com o serial killer mascarado ad infinitum.

Depois de uma porrada de sequências malfadadas e devidamente ignoradas na cronologia da franquia (que só considerava Halloween – A Noite do Terror e Halloween 2 – O Pesadelo Continua), Myers voltou à ativa no decente Halloween H20 – 20 Anos Depois, cuja ideia era exatamente resgatar a personagem de Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode, e atualizar a cinesérie para uma nova leva de fãs adolescentes, vindo na rabeira do sucesso de Pânico.

Mas (sempre tem um…) inventaram mais uma continuação, que é esse aborto da natureza chamado de Halloween – Ressureição, que deveria ser um curta metragem apenas com a cena em que Laurie está internada em um hospício, após descobrir que decapitara acidentalmente um policial, pai de família, no final de H20, uma vez que o sacana do Myers colocou a máscara no pobre diabo que teve a cabeça separada do corpo. Aliás, vale lembrar que Curtis só topou participar disso aqui para ter a certeza absoluta, em contrato, que Strode não voltaria em outra sequência.

Filma eu!
Filma eu!

Depois que o vilão finalmente mata sua irmã, nos primeiros únicos 15 minutos aproveitáveis do longa, a coisa descamba para uma sequência de erros vergonhosa, colocando um grupo dentro de um reality show (vamos lembrar que estamos no começo dos anos 2000, quando esse estilo de programa televisivo tinha se tornado uma febre, incluindo aqui no Brasil com a chegada de Casa dos Artistas e Big Brother Brasil na TV aberta), que se passará na noite de Dia das Bruxas, dentro da antiga casa dos Myers em Haddonfield.

Pega que o produtor do programa é o Busta Rhymes, que também sabe lutar caratê e dá uns roundhouse kick em Michael Myers! Precisa falar mais alguma cosia? Claro que precisa, uma vez que todos os atores são os mais péssimos e amadores possíveis, a casa dos Myers de um sobrado no subúrbio de Illinois parece ter as dimensões de um enorme casarão gótico vitoriano por dentro (com direito a masmorras e passagens secretas que dão para um túnel subterrâneo), o programa deve ter sido o mais flopado da história, uma vez que só parece que um grupo de adolescentes babacas está assistindo em uma festa e a galera está sendo assassinadas em frente às câmeras e nunca, nenhuma polícia chega ao local. Fora que as mortes já não causam nenhum impacto, nessa altura do campeonato.

Apesar de beeeeeem lá no subtexto manter uma espécie de crítica velada aos reality shows, a busca pelo sucesso instantâneo, que geraram no futuro uma cacetada de ex-BBBs e celebridades de Internet, por exemplo, e ao sensacionalismo e manipulação da mídia em busca de audiência, nada disso se sustenta, diferente, por exemplo, de outro filme do mesmo período com uma temática parecida, O Olho que Tudo Vê (falarei mais sobre em seu respectivo post). Isso porque todas as fórmulas tanto do slasher tradicional dos anos 80, e do slasher 2.0, aqueles filhos de Wes Craven e Kevin Williamson, já estavam completamente saturadas, e ver Myers na ativa de novo (e a própria Jamie Lee Curtis), em um longa tão fraco, é realmente deprimente.

Mas se Halloween – Ressureição teve uma utilidade nessa vida, foi de enterrar de vez a franquia, e parar de explorar as sequências infindáveis do clássico que John Carpenter concebera lá no longínquo ano de 1978. Isso até Rob Zombie aparecer na brincadeira…

Amor fraternal! <3
Amor fraternal! <3


Novo Sexta-Feira 13 é adiado para 2017

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E anda a caça de um roteirista, como Jason caçava adolescentes com hormônios em ebulição!


Não sei se essa notícia é boa ou ruim, mas o re-reboot de Sexta-Feira 13 foi adiado para 2017, e os produtores continuam a procura de um roteirista para escrever o longa. Porque realmente deve ser MUITO DIFÍCIL escrever uma história para Jason Voorhees…

De acordo com o Bloody Disgusting, os motivos ainda são incertos e aparentemente está rolando uma indecisão por parte da Paramount, mas ao que indica, o roteiro de Nick Antosca (Hannibal) não foi aprovado. David Bruckner (O Sinal, V/H/S/) continua como diretor do projeto e segundo o que disse o produtor Brad Fuller, da Platinum Dunes, no começo do ano, a ideia é de expandir a mitologia de Jason e ao mesmo tempo, se passar nos anos 80 voltando ao clima slasher de acampamento de verão. Aí sim!

O novo Sexta-Feira 13 tem previsão de estreia para 13 de janeiro de 2017, sendo que antes seu lançamento seria em 13 de maio do ano que vem.

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Novo Halloween também é adiado!

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O produtor Malek Akkad abriu seu coração e disse porque o gato de Michael Myers também foi para o telhado.


Depois de Sexta-Feira 13 ser adiado para 2017, agora é a vez de outra franquia slasher receber o sinal vermelho: Halloween Returns, próximo filme com o facínora mascarado, Michael Myers.

O produtor Malek Akkad, filho de Moustapha Akkad, produtor do original e morto em um atentado a bomba em 2005, se abriu para o Daily Dead sobre os atrasos envolvendo a produção, dizendo que tudo é pelo “bem maior” do filme, e que isso irá resultar em um filme melhor, que os fãs irão apreciar, apesar de algumas mudanças estarem sendo feitas do que o anunciado anteriormente.

Além disso ele falou sobre os problemas com o estúdio e trabalhar com o diretor Marcus Dunstand (O Colecionador de Corpos) e o roteirista Patrick Melton (Roteirista de Jogos Mortais 4 para frente):

Tenho que dizer, e isso é novidade de alguma forma – que infelizmente coisas acontecem em Hollywood quando você tem problemas com estúdios e diferentes variáveis, por isso tivemos que dar um passo para trás e agora estamos tentando reconfigurar esse monstro que é o novo Halloween.

Nós descobrimos que todos (Dunstand e Melton) estamos na mesma página e queremos fazer as mesmas coisas, e o fato é que o estúdio não necessariamente concorda conosco. Eu sinto que tenho parceiros que irão comprar essa briga comigo e lutar por suas ideias e pela certeza que as coisas sejam feitas do jeito certo. Eu os acho fantásticos e super talentosos.

Malek Akkad

Originalmente, o roteiro se passaria depois dos acontecimentos dos três primeiros filmes da série, e seria um standalone que reintroduziria Myers para a audiência depois de sua inicial matança, com um novo grupo de jovens de Haddonfield lutando contra o serial killer, tendo o filho de 18 anos de uma de suas primeiras vítimas, em busca de vingança, em um papel principal,

Mais um atraso que também não sei se é bom, ou ruim. Mas o fato de não ter Rob Zombie envolvido, já é um baita alívio.


TOPE NOVE: Mortes de Michael Myers

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♪ Então é Halloween, a festa pagã ♪…

Claro que para comemorar a data mais legal do ano para o fã do horror, aqui vai um TOPE NOVE com as melhores mortes praticadas por ele, o único, o incomparável, o símbolo desse dia, Michael Myers, o mais classudo serial killer dos slasher movies!

Ah, nem considero os filmes cometidos pelo Rob Zombie nessa lista…


09) Jill Franco em Halloween 2 – O Pesadelo Continua

Você está lá no seu hospital escuro e praticamente abandonado, sendo uma enfermeira de plantão na noite de Halloween, quando tem um bisturi cravado em suas costas e ainda é içada pela força sobrehumana do nosso vilão querido.

Precisão cirúrgica!

08) Bob Sims em Halloween – A Noite do Terror (1978)

O cara acabou de fazer sexo e disse para a namorada que já voltava, violando duas das regras sagradas dos slasher movies, que por sinal, foram criadas por John Carpenter nesse exato filme. O que ele ganha? É pregado na porta por Michael.

MUITAS facadas!

07) Mike em Halloween 5 em A Vingança de Michael Myers (1989)

O maluco todo bad boy com sua jaquetinha de couro tenta acertar nosso vilão, é impedido, tem a traqueia esmagada com a força de Myers, que lhe toma o rastelinho de jardinagem e enfia com toda a força em sua testa.

Habilidades de jardinagem

06) Kelly Meeker em Halloween 4 – O Retorno de Michael Myers (1988)

A moçoila só é TRANSPASSADA com uma espingarda calibre 12. com tanta força que ainda consegue atravessar a parede de MDF deixando-a ali pregada.

Hã, dava para só ter apertado o gatilho?

05) Spitz e Samantha Thomas em Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers (1989)

O casalzinho estava lá se dando bem no celeiro, palha pra lá, palha pra cá, quando Michael transpassa o sujeito com um forcado e depois dá cabo da mocinha com uma foice.

Coito interrompido

04) Jamie Lloyd em Halloween 6 – A Última Vingança (1995)

Pega essa: o cara é empalado no estômago, e ainda para um efeito dramático desejado, Michael dá aquela empurradiha a mais. Só que o sujeito não morre e para completar ele é rasgado ao meio por um debulhador de milho. Tá bom para você?

Tem gente que só precisa de um empurrãozinho!

03) Sarah Wainthrope em Halloween H20 – 20 Anos Depois (1998)

A mina tá fugindo, tem a perna cortada por uma facada, Myers corta a corda do elevador de alimentos que esmaga suas pernas, e enquanto ela está se arrastando por sua vida, o sujeito delicadamente mete a bota no seu pescoço e a esfaqueia quatro vezes. Ah, e depois deixa o corpo dela pendurado em uma luminária. Sutil.

TOMA! TOMA! TOMA! TOMA!

02) John Strodie em Halloween 6 – A Última Vingança (1995)

Outra das mortes espetaculosas: o tio adotivo de Laurie Strode além de ser esfaqueado, é colocado contra uma caixa de força que o eletrocuta transformando em um churrasco humano e ainda tem a cabeça explodida em pedacinhos.

CHOCANTE!

01) Karen Bailey em Halloween 2 – O Pesadelo Continua (1981)

A emblemática morte da enfermeira que tem o rosto transformado em sopa quando colocado dentro de uma banheira de hidroterapia escaldante. Um clássico!

Cup Noodles de rosto

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